PROGRAMA

 

 

habitação_metrópoles_modos.de.vida sap 5846

objetivos

O ponto focal da disciplina é o estudo da habitação contemporânea urbana brasileira, no que concerne as relações entre seu desenho atual, sua história recente, a evolução dos modos de vida de seus ocupantes e a evolução das estruturas sociais. Para isso, quer-se analisar os principais modelos que têm contribuído para caracterizá-la - as maneiras de morar dos primeiros colonizadores, o modelo burguês parisiense oitocentista, a habitação modernista do entre-guerras europeu -, além de mapear tendências posteriores à Reconstrução européia, no segundo pós-guerra. O nascimento e a evolução da metrópole moderna, a partir da industrialização das cidades, é o pano de fundo sobre o qual se situa o espaço doméstico e onde se desenrola a vida cotidiana.

 

estrutura

A disciplina organiza-se em torno de tres momentos.

No primeiro deles, analisa-se a configuração da habitação burguesa francesa da segunda metade do século XIX, vitrine do êxito social de uma família nuclear vitoriosa no processo de industrialização do continente. Esta habitação torna-se modelo para as demais classes sociais da França, e é exportada - inclusive literalmente, em forma de componentes construtivos e equipamentos domésticos industrializados - para diferentes lugares do mundo, como parte do projeto europeu de criação de novos mercados para sua indústria em expansão. A tripartição burguesa da habitação - em áreas social, íntima e de serviços - e sua divisão hierarquizada em cômodos funcionalmente estanques são a base desse modelo, amplamente identificado na habitação contemporânea brasileira.

No segundo momento, são revistos os principais pressupostos defendidos pelos arquitetos modernistas do entre-guerras europeu, comparando-os mais atentamente com os modos de vida da época e procurando identificá-los em realizações destinadas a diferentes classes sociais. A partir de novas maneiras de fazer circular informações - entre elas o aumento do número de pessoas empreendendo viagens internacionais, a consolidação de meios metropolitanos de comunicação de massa como o rádio e os jornais, e a construção do poderio de Hollywood enquanto instrumento capaz de disseminar modos de vida e configurações espaciais com eficiência até então desconhecida -, o modelo modernista de habitação passa a influenciar arquitetos e populações de todo o mundo ocidentalizado.

Finalmente, no terceiro momento, retoma-se a discussão sobre a inserção urbana da habitação tal como se enunciava a partir do final da reconstrução dos países sinistrados na Segunda Guerra Mundial. Consistindo em uma primeira revisão dos modelos anteriores - rejeitando-os ou reafirmando-os, em parte ou no todo -, esta discussão coincide com a disseminação de métodos contraceptivos seguros, colocando em questão a estrutura da família nuclear, até então sinônimo de família moderna. Profundas conseqüências instigariam, então, a uma revisão do desenho da habitação urbana, concebida, principalmente, para este grupo. Em todo o mundo ocidentalizado e, particularmente, na casa brasileira, funções tem migrado, com maior rapidez, entre as esferas privada e pública, enquanto o acesso mais generalizado à informação, juntamente com a circulação de bens de consumo ao redor do planeta, tem apontado para uma tendência de superequipamento de espaços domésticos cuja área torna-se cada vez mais reduzida. Os recentes desenvolvimentos das tecnologias de informação e comunicação vêm contribuir para reflexões sobre a arquitetura e o papel doarquiteto, tendo como lente o espaço doméstico em todas as suas novas acepções.

.

index | programa | bibliografia | temas monografias | monografias | calendário | alunos | documentos