O Nomads.usp tem estudado o mobiliário doméstico e sua relação com os novos grupos familiares e a diversidade de comportamentos desde sua fundação, e tem proposto um design que atenda às novas demandas da sociedade brasileira. No entanto, seu próprio espaço físico não estava coerente com o cerne de suas próprias pesquisas. Seu mobiliário se mostrava estanque e não permitia reconfigurações, limitando as atividades que poderiam ser realizadas em seu interior. Era um mobiliário que não atendia às necessidades do cotidiano dos pesquisadores do grupo.

Era emergente a produção de um novo mobiliário, que permitisse reconfigurações múltiplas para acolher situações diversas recorrentes da prática de pesquisa. Compreende-se também que o próprio mobiliário a ser proposto seria uma prática de pesquisa e como tal não deveria ser visto apenas como uma peça inserida no contexto acadêmico, mas que poderiam ser peças de uso no cotidiano doméstico também. É a sempre busca do Nomads.usp de não afastar questionamento teóricos com a produção prática, seja de mobiliário ou de qualquer outra escala de investigação: corpo, objetos, edificações e urbano.

As primeiras discussões sobre como seria esse novo mobiliário aconteceu em outubro de 2005. Nessa etapa foram estabelecidos os critérios projetuais para o desenvolvimento das peças. O processo de design – incluindo discussão dos critérios, projeto, prototipagem e produção – levou seis meses. Este processo foi aparentemente longo, porém necessário para o resultado final. Aqui entende-se como resultado final a peça produzida para o uso, pois, na verdade, esse processo de design não está terminado, já que será a partir de uma posterior avaliação do uso cotidiano dessas peças que problemas serão apontados, e o projeto pode partir para um revisão.