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O Projeto Conceitual Nomads Parthenon foi desenvolvido entre os anos 2001 a 2003 através de uma parceria entre o Nomads.usp e Flats Parthenon da rede de hoteleira Accor do Brasil S/A com o suporte da FIPAI – Fundação para o Incremento da Pesquisa e Aperfeiçoamento Industrial. O objetivo do projeto é estudar e discutir a produção das unidades habitacionais em flats paulistanos para, em seguida, redesenhá-las em função de seus atuais e possíveis futuros ocupantes e construir uma unidade protótipo para experimentação.
O trabalho inscreve-se na prática de colaborações com parceiros internos e externos à USP, prática comum ao Núcleo, visando o projeto e a produção de edificações experimentais, sempre constituindo atividades ligadas a pesquisas. O caráter de pesquisa desse trabalho é evidenciado tanto pelo aspecto experimental dos materiais e sistemas construtivos escolhidos – pouco agressivos ambientalmente –, como pela reflexão que o permeia sobre espacialidades e expressões plásticas inovadoras, considerando as atuais tendências comportamentais dos grupos familiares brasileiros.
Critérios Projetuais
O projeto baseava-se em dois principais critérios projetuais:
1. As noções de flexibilidade para atender a diversidade de perfis familiares e comportamentos.
2. Redução dos impactos ambientais, seja através da escolha de materiais menos agressivos ao ambiente, seja através do processo produtivo (economia de energia, produção...).
A partir da revisão do produto flat oferecido no mercado atual, considerando a flexibilidade contida já em seu conceito de “residencial com serviços” e a possibilidade de abrigar os mais diferentes perfis de usuário sem um espaço diminuto em área, mas alvo de cada vez mais demandas e atividades, foi proposto um desenho de unidade habitacional. Nessa ótica, imagina-se que a flexibilização do espaço através do desenho de seu mobiliário e equipamentos seja fundamental, permitindo a sobreposição de funções em um mesmo espaço, eventualmente em uma mesma peça de mobiliário/equipamento. A esse pensamento, propõe-se acrescentar, no presente projeto, o conceito de mobiliário/equipamento como elemento definidor do espaço de habitar, cujo desenho específico, contemplando a sobreposição ou justaposição de diferentes funções, torna-o fundamental para a contínua reconfiguração da habitação, garantindo atendimento às necessidades de usuários de diferentes perfis. Finalmente, são priorizados, tanto quanto possível, critérios ambientais na escolha dos materiais e soluções técnicas a serem utilizados.
O desenho de mobiliário/equipamentos segue uma tendência que se utiliza de materiais em geral alternativos àqueles disponíveis no mercado formal de materiais, cujas fontes devem ser preferencialmente renováveis e o processo produtivo não agrida o meio-ambiente. Emprega também grande quantidade de materiais reciclados, e, ainda, propõe o uso alternativo de materiais convencionalmente comercializados neste mercado, dentro de um crivo ambientalista. Infelizmente, na atual produção do mercado brasileiro de mobiliário, as preocupações ambientais, quando existem, limitam-se à escolha e utilização de madeiras de reflorestamento ou de manejo sustentável, fibras naturais e alguns materiais de origem reciclada. Observa-se também que várias das peças que se propõem ser multifuncionais e inovadoras possuem dimensões muito generosas, o que impossibilita sua utilização em espaços reduzidos, nos quais, justamente, vive a maior parcela da população brasileira, além de não possibilitarem o raciocínio de conjunto, de relação com outras peças de mobiliário.
Sofa
Nesta fase, o sofá possuía encostos móveis permitindo várias configurações, tais como, divã, sofá para duas pessoas, cama para solteiro, namoradeira, entre outras, de forma a abrigar as mais variadas atividades. Os principais materiais utilizados seriam a madeira e a espuma de alta densidade.