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Introdução e justificativa

O período compreendido entre os anos 1960 até os dias atuais é marcado por diversas manifestações interdisciplinares onde domínios convencionalmente distintos como engenharia, biologia, química, sociologia, artes e outras, passam a interagir mais efetivamente.
A emergência da teoria da cibernética, durante a II Guerra Mundial, proporcionou o entendimento de sistemas como formas de processamento de informações aplicadas a múltiplos fins. Novos produtos, novas disciplinas e novas práticas surgiram neste período influenciando e proporcionando diferentes olhares sobre a ciência, sobre o homem e sobre o espaço. O entendimento da arte enquanto atividade processual sob o olhar das tecnologias de informação e comunicação, além da ciência, passaria a ser profundamente alterado.
A trajetória da Arte após os anos 1960 é compreendida pelo surgimento de outras técnicas e modos de expressão, que compunham um cenário bastante diversificado da produção, que além de contar com a utilização de novos materiais, tendia cada vez mais ao declínio do objeto, à participação do “espectador”, à multisensorialidade e à conquista do espaço arquitetural pelo artista.
Um especial interesse temos no artista inglês Roy Ascott, pioneiro da arte cibernética e telemática, trabalha com as questões de arte, tecnologia e consciência desde 1960. Ascott é presidente-fundador do Planetary Collegium, uma comunidade internacional de artistas-pesquisadores que surgiu do Center for Advanced Inquiry in the Interactive Arts, que Ascott havia criado em 1997, na Universidade de Wales. Para ele, a arte dos próximos trinta anos será a arte da consciência. Mas uma consciência dupla, uma mente aberta à ciberpercepção. Ascott usa o termo technoetic, que significa consciência + tecnologia.
Este período influencia a produção de diversos artistas, que hoje pretendem discutir a relação entre arte e tecnologia e o impacto das novas invenções sobre a percepção humana.
Outros centros como Banff Art Center e Hexagram no Canadá, ZKM na Alemanha, Interactive Cinema na Austrália e eventos como o ultimo Emoção.Artificial, a Documenta 2007, e Ars electrônica reúnem artistas e cientistas em volta das questões da interação e conversação, temas da cibernética.
A pesquisa de iniciação científica aqui proposta visa alimentar e enriquecer as pesquisas vinculadas ao grupo Nomads.USP, em especial à linha de pesquisa: Processos de Design , que buscará contribuir para a definição e proposição de critérios para o design [processo projetual] de espacialidades arquitetônicas concretas, híbridas e virtuais, e a sua adequação às demandas recentes do usuário face às novas mídias de comunicação. A proposta desta pesquisa está relacionada ao projeto de pesquisa em ciências humanas aplicadas “Arquitetura como verbo”, pesquisa em ciências sociais aplicadas, da Profa. Dra. Anja Pratschke, e o projeto de pesquisa de mestrado da aluna Graziele Lautenschlaeger, “Arte eletrônica a partir dos anos 1990: centros de produção, processos e as relações entre espaço e narrativa.”.

Objetivo geral

Levantar e sistematizar obras de artistas influenciados pela teoria da Cibernética da segunda ordem, e metodologias de processos de criação.

Objetivos específicos

- Levantar e analisar obras e processos criativos de artistas a partir dos anos 1960, que estão relacionados com a teoria cibernética da segunda ordem;
- Sistematizar os resultados em base de dados eletrônicos e fichamentos;
- Elaborar uma área permanente accessível via web e documento impresso da Pesquisa para diálogo com as pesquisas relacionadas e a divulgação dos resultados.

Metodologia e Infra-estrutura

A pesquisa irá utilizar consultas a fontes de dados secundárias, tais como publicações, literatura específica, sites da internet, revistas, entre outras, a partir da documentação Nomads.USP, das bibliotecas da EESC e de outros campi da USP, através de empréstimos entre bibliotecas e comutação nacional e internacional.
Será realizada a sistematização dos dados a partir da seleção de ferramentas de armazenagem e recuperação de informação mais apropriadas e também as formas de divulgação através da internet.
O desenvolvimento da pesquisa obedecerá as seguintes etapas de trabalho:
Etapa 1: Revisão bibliográfica e estudo da teoria cibernética.
Etapa 2: Levantamento e sistematização de material: coleta de informações, referências e notas sobre artistas que trabalham com esta teoria, e classificação dos dados.
Etapa 3: Relatório parcial, contendo o material levantado.
Etapa 4: Análise dos dados: artistas, obras e modificações nos processos de projeto de tais artistas
Etapa 5: Coleta adicional de informações e análise , se necessária.
Etapa 6: Sistematização de informações em base de dados eletrônica.
Etapa 7: Conclusões finais e divulgação dos resultados.
Etapa 8: Relatório final, contendo o material coletado e as análises pretendidas.