EXPERIMENTOS | EXPERIMENTS

 

Através da discussão conjunta dos integrantes do Nomads.usp a respeito dos Experimentos e analises parciais destes, conseguimos chegar a pontos em comum à estes que nos ajudaram a formular as conclusões finais desta pesquisa.


Pudemos notar que um espaço destinado ao desenvolvimento de projetos pode influenciar o processo de projeto de várias maneiras, de maneira geral os grupos ficam mais focados no projeto e na reunião, com a possibilidade de uma troca de referencias e informações muito mais eficiente, ou um momento mais relaxado para assistir um vídeo ou escutar uma musica que os inspirem, ou que os ajudem a descansar para poder voltar ao projeto.Porem as barreiras para o uso dos equipamentos e software precisam ser mínimos, para não serem um atraso para o desenvolvimento do projeto. Problemas como fios, conexões, temperatura ou espaço, podem minar o desenvolvimento do projeto.


Apesar de ser um espaço que pode auxiliar muito o processo e enriquecê-lo, percebemos nas sessões que o espaço pode ser melhor aproveitado por usuários que já tem um contato maior com as ferramentas e software disponíveis, ou que tenham mais tempo para poder entrar em contato com suas possibilidades. Sendo assim o foco da exploração dos espaços nos pareceu muito mais em relação a questão do espaço de imersão as possibilidades geradas por suas telas e projeções, do que das possibilidades do Banco de Software criado.


O fato dos grupos entrarem em contato com o espaço e ter pouco tempo para se familiarizar e pouco tempo de projeto levou estes a não explorar de forma mais complexa todas as possibilidades que este laboratório possui. Os grupos acabaram ficando presos em programas já conhecidos, sem explorar outras possibilidades que poderiam ser encontradas em outros software que talvez facilitasse ou enriquecesse o processo e o projeto.


De maneira geral é necessário um grande tempo para se ter um grau de conhecimento dos programas que os permitam usar as ferramentas que são interessantes para o desenvolvimento do projeto. Dessa maneira os grupos optaram por usar programas já conhecidos pelos seus integrantes, usando ferramentas que não são próprias para determinada função para se chegar a um objetivo esperado, este que poderia ser mais facilmente alcançado com o conhecimento de outros software.  


Porém, esta falta de exploração de novos software não são apenas causados por uma falta de tempo ou de conhecimento, mas por uma não necessidade, dependendo do projeto e escala deste, de se usar ferramentas diferentes das já presentes em programas conhecidos. A procura por outros software depende do projeto que está sendo desenvolvido, muitas vezs – como foi observado no uso de integrantes do Nomads.usp em outros projetos que não fazem parte desta pesquisa – a procura se deu por uma necessidade de programas mais complexos, com ferramentas que fazem o que os programas conhecidos não fazem nem de forma mais lenta e complexa.


Ainda a respeito dos software, outro limitante é que muitos dos programas que nos parecem mais interessantes e com mais ferramentas que podem auxiliar no desenvolvimento do projeto, são pagos o que leva a uma procura por versões trial , que expiram em pouco tempo, ou de licenças para estudantes que são tão difíceis de ser encontradas. Além disso, os programas open source encontrados, não chegam ao nível de ferramentas que os programas pagos tem, sendo assim precisaria de vários programas destes para conseguir chegar no nível de interesse para o processo de projeto que aqueles têm.


E mesmo quando conseguimos os programas nos deparamos com problemas de incompatibilidades com algumas versões dos sistemas operacionais dos computadores do laboratório, fazendo com que os próprios usuários viessem a deixar os programas de lado em fases de projeto em que não são fundamentais.


A respeito do espaço percebemos que este laboratório pode ser mais bem utilizado por grupos de até 4 pessoas, pois quando tem um grupo maior o uso das telas de projeção começa a ficar prejudicado, bem como o espaço nas mesas fica apertado, tanto para os computadores pessoais como para folhas e outros acessórios necessários para o desenvolvimento do projeto.


Em relação às conexões entre os computadores, a grande quantidade de fios no laboratório causou problemas para os grupos, tanto na organização destes, como conseguir trocar o cabo de um computador para outro, sendo que as vezes os grupos preferiam mostrar no próprio computador ao invés de colocar a imagem na tela. Fato que não ocorreria se todos integrantes da equipe pudessem usar computadores do laboratório já conectados a todas as telas, de forma que não precisassem tirar o cabo de um computador pessoal e passar para outro, e talvez nem usar computadores pessoais, liberando as mesas para outros usos. Porém para isto o laboratório precisaria ser provido de mais computadores.


A internet avançada seria muito interessante para a troca de arquivos e reuniões não presenciais, já que reuniões entre o grupo e os integrantes do Nomads.usp que ocorreram se viram prejudicadas por causa da lentidão da internet normal, se tornando uma barreira para as discussões, assim como já tinha se mostrado anteriormente no projeto DOS. Somado a isso, poderiam facilitar o uso do servidor como armazenador de todos os arquivos feitos no DesignLab, já que seria quase imediato a sua transição do servidor para o laboratório e deste para aquele. Além disso, para uma comunicação com equipamentos de prototipagem que não estão em um mesmo ambiente esta internet se torna ainda mais necessária devido ao tamanho dos arquivos que são criados.


A parte de prototipagem acabou sendo pouco utilizada nas sessões devido à complexidade e tempo que o uso dos equipamentos tem. A fresadora demora muito para fazer seu trabalho, com isto ela deixa de ser tão interessante para o uso no meio do processo, sendo apenas utilizada para produtos finais. O scanner tem seu uso dificultado por causa da iluminação que necessita e o grande tempo de tratamento das imagens que foram geradas. Porém, estas abrem um capo de possibilidades que sem máquinas CMC não seriam possíveis, assim sendo algumas maquinas mais sofisticadas poderiam ser mais interessantes para um laboratório destinado ao processo de projeto. Podendo ser usada para um ir e vir do virtual para o concreto e não apenas na finalização do projeto ou quando não tem outra saída.
A partir dos experimentos conseguimos pensar formas de melhorar o DesignLab. Uma das questões é o excessivo calor que cada um dos equipamentos libera e a necessidade de, no futuro, colocar um dispositivo de resfriamento artificial. Outra questão é sobre o uso que o grupo do Experimento 3 fez das projeções, colando a folha na parede e projetando por cima, com isso vimos a possibilidade de transformar as paredes em lousas, de forma que o grupo possa riscar sobre uma projeção e ter uma comunicação mais interessante entre o meio virtual e o concreto.


Está pesquisa mostrou o quanto um laboratório destinado ao desenvolvimento de projeto pode enriquecer e agilizar seu processo, porem o custo para um laboratório que vença todas as barreiras que enfrentamos durante o desenvolvimento e o uso deste laboratório parecem ser bem mais altos do que os usados nesta pesquisa. Para conseguirmos um laboratório que não apresente barreiras ao processo de projeto precisaríamos de equipamentos de prototipagem que são inviáveis, financeiramente, hoje em dia no Brasil, às vezes pelo custo das maquinas, outras pelo custo de sua matéria prima. Além disso, precisaríamos comprar licenças de vários programas para possibilitar o maior gama possível de possibilidades de exploração. Bem como a compra de mais computadores e equipamentos wireless eficientes. O que nos pareceu mais correto e evidente foi o uso das telas e das mesas móveis que possibilitam um rearranjo do laboratório dependendo do grupo.

 

Experimento_OBJETIVO