Mathieu    PERRIN
Doutorado em Urbanismo

Iniciada em outubro de 2006 no Instituto de Urbanismo de Grenoble e atualmente desenvolvida no Nomads.usp, essa pesquisa tenta explicar o sucesso dos condomínios fechados nas sociedades ocidentais. A taxa de crescimento do número de conjuntos habitacionais fechados foi particularmente importante desde as décadas 1960 e 1970 nos Estados Unidos da América antes que o fenômeno se desenvolvesse na maioria dos países ocidentais. Para o morador, habitar num conjunto fechado é um símbolo de preservação dos valores fundiários, de segurança dos espaços residenciais, de homogeneização social da vizinhança, de valorização do meio ambiental. Além de permitir que uso das infra-estruturas sejam compartilhadas exclusivamente entre os sócios, morar em condomínio fechado fornece prestigio e status social. À escala da cidade, o condomínio marca uma nova evolução da morfologia urbana e da organização sócio-espacial. Enquanto os espaços americano, brasileiro e sul-africano da era escravista não eram divididos por uma segregação sócio-espacial muito forte, foram desenvolvidas no fim do século XIX e na primeira parte de século XX políticas urbanas públicas (haussmanisação, melhoramentos, zoneamentos) que visaram excluir as populações indesejadas dos centros e bairros habitados pelas populações mais ricas das cidades. Em frente às resistências cada vez mais vigorosas das populações indesejadas, tornou-se cada vez mais difícil organizar uma discriminação sócio-espacial pelo intermédio dos poderes públicos. Assim, em resposta, na segunda parte do século XX, teriam se desenvolvidos os condomínios fechados perpetuando uma lógica segregacionista através de legislações privadas. Embora o modo habitacional em questão seja menos freqüente na França, o mesmo processo, porém com alcance menor, parece ocorrer. Esse estudo dos condomínios fechados seria assim um meio de pensar a influência da democratização, nesse caso compreendido como uma evolução das relações de poder e um reforço das populações minoritárias no jogo público, sobre.o espaço, a.cidade, o morar e o par público/privado.
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Publicações
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[Inglês]    Gated Community as a Postmodern Utopia.
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Gouvernements résidentiels privés & municipalités "détournées"
[Francês]    L'habiter comme territoire affirmé, l'habiter comme sphère d'action collective