o que é bolhaberta?
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bolhaberta é um espaço de debates de ideias, aberto e plural, criado pelo nomads.usp.
bolhaberta quer ser a anti-bolha, a des-bolha, o avesso da zona de conforto.
bolhaberta é um experimento, que busca responder a uma pergunta simples:
"pode uma plataforma online
ser um espaço alternativo de debates
sobre questões que envolvem
pontos de vista às vezes antagônicos?"
bolhaberta é um espaço de expressão de si e de respeito ao outro,
uma possibilidade de exercício da alteridade e de construção conjunta de conhecimento.
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bolhaberta propõe quatro temas de discussão:
Plataformas online
Há, atualmente, uma grande diversidade de plataformas digitais online e aplicativos de consulta pública, debate e decisão que permitem, em princípio, a participação cidadã direta e sem intermediários, ampliando instrumentos legais já consolidados. Movimentos sociais, ativistas e prefeituras de grandes cidades, como Madri, Paris, Porto Alegre e Barcelona, têm incentivado as pessoas a usar estes meios para manifestar-se sobre questões variadas, desde temas relativos à vida urbana e aos espaços públicos, até a avaliação e monitoramento das próprias administrações. Entre a liberdade de debate e os limites impostos pelos algoritmos, em que medida vale a pena utilizar essas plataformas?
A construção da memória
Do que queremos nos lembrar, como povo, como nação? Quais memórias testemunhadas pelos edifícios e monumentos considerados patrimônio cultural devem de fato ser permanentemente preservadas? Quais valores do passado oficial constituem realmente valores que não devem ser esquecidos? E que outras memórias e referências culturais, intencionalmente escondidas ao longo do tempo por interesses diversos, deveriam ser agora resgatadas por nós?
Participação e colaboração
A participação nasce da consciência de que somos parte de algo maior que nós, base da construção da cidadania. Mas processos participativos constroem mesmo territórios de autonomia popular? Qual a real influência da participação popular em processos decisórios na cidade e no país, seja através de abaixo-assinados na rede, seja em ações colaborativas? Podemos ser otimistas em relação ao presente e ao futuro destas práticas?
Audiovisual como método
Estamos cada vez mais familiarizados com o registro do cotidiano através de vídeos. Imensas quantidades de imagens são produzidas e compartilhadas ininterruptamente ao redor do mundo, documentando nosso presente de forma meticulosa e fugaz. No âmbito acadêmico, o processo do filme documentário tem sido usado como método em pesquisas de várias áreas. O que contêm esses registros? A quem interessa essa documentação? A cultura do selfie põe em cheque o princípio da vida privada, transformando-a em algo a ser amplamente difundido?
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"Na base deste modelo (...) estão as mudanças tecnológicas que tiveram início com o smartphone, a computação em nuvem, o avanço da aprendizagem de máquinas e da inteligência artificial.
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Captadores de imagens, de voz, que reconhecem o movimento das pessoas, mesmo que não estejam em posse de seus celulares, completam o que Shoshana Zuboff caracteriza como o capitalismo de vigilância.
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Os dados que fornecemos permanente e involuntariamente, não só no uso de dispositivos digitais, mas até caminhando pelas ruas ou fazendo compras, são coletados, armazenados, processados e permitem o conhecimento individualizado de cada um de nós, num grau de detalhe que vai além de tudo o que o marketing convencional (comercial ou político) jamais sequer imaginou."
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Ricardo Abramovay