quem criou a bolhaberta

participação, colaboração e meios digitais

 

O interesse do Nomads.usp pelo uso de plataformas online remonta a 2001, quando da primeira edição das “e-Pesquisas Nomads.usp Comportamentos & Espaços de Morar“, também realizadas em 2003, 2006 e 2008. Também no projeto “Designers on Spot“, desenvolvido no âmbito do Programa TIDIA-AE da FAPESP, entre 2005 e 2009, exploramos diferentes maneiras de interação à distância através da Internet Avançada, propiciando colaboração entre os participantes.
 

Os atuais trabalhos do Nomads.usp derivam de resultados encorajadores obtidos em pesquisas já concluídas e, em especial, em experimentos e ações desenvolvidos nos Projetos de Pesquisa em Políticas Públicas “Comunidades online: sociabilidade e domesticidade em políticas públicas para inclusão digital” e “Territórios híbridos: meios digitais, comunidades e ações culturais“, ambos financiados pela FAPESP, no Projeto “Frontier Zones, co-financiado pelo DAAD e pela CAPES, e no Projeto Universal “O papel da automação e inteligência artificial no processo projetual arquitetônico”, financiado pelo CNPq. Destacamos, ainda, o projeto “Percursos virtuais: colaboração em narrativas do patrimônio cultural de São Carlos, SP“, recém-concluído no Nomads.usp, em parceria com a Fundação Pró-Memória da Prefeitura Municipal de São Carlos, que utiliza QR codes para estabelecer interações com a população através do uso de smartphones.
 

Mais recentemente, o Nomads.usp tem se interessado por meios digitais atualmente disponíveis – tanto aplicativos e plataformas online de participação popular, quanto programas paramétricos de projeto e fabricação digital, e possibilidades de captura e edição colaborativa de audiovisual – visando potencializar, aprofundar e ampliar formas de participação e colaboração. Entendemos que, por um lado, eles elevam exponencialmente a quantidade e a qualidade das informações às quais se pode ter acesso. Por outro lado, permitem a inclusão de diversos agentes – comunidades, coletivos, atores técnicos, acadêmicos, administradores públicos, além da população em geral – no processo coletivo de comunicação. Eles contribuem para auxiliar cada agente a melhor entender as proposições dos demais, o que significa maior possibilidade de trocas e contribuições não previstas inicialmente, e também formas de monitoramento mútuo.
Tais contribuições podem ser de grande valor para as diversas áreas e campos disciplinares envolvidos em processos de participação cidadã em intervenções urbanas, dentre elas a Arquitetura e Urbanismo. Precisam, no entanto, ser construídas de maneira participativa e colaborativa, testadas em situações de intervenção real, revisadas a partir de testes e avaliações, e amplamente divulgadas em documentos precisos e detalhados. Os programas e modos de fazer devem ser disponibilizados em repositórios de acesso público que, por sua vez, estimulem apropriações, pela sociedade, do conhecimento produzido no âmbito de pesquisas acadêmicas.
 

background teórico-metodológico

 

Todos os projetos desenvolvidos no âmbito do Nomads.usp têm em comum a exploração de metodologias que tratam ou revisam o papel da colaboração e da participação coletiva em diversos níveis, tendo como background teórico os estudos sobre Cartografia Social inicialmente formulados por Deleuze e Guattari e retomados, no Brasil, por pesquisadores como Eduardo Passos, Virgínia Kastrup e Liliana da Escóssia, que fundamentam princípios de estratégias de Pesquisa-Intervenção; os trabalhos sobre Transdisciplinaridade e Pensamento Complexo, de Basarab Nicolescu e Edgar Morin, que estruturam a participação dos diversos agentes como atores de um sistema aberto à auto-organização e emergências; os princípios da Cibernética de Segunda Ordem relacionados à verificação da viabilidade do sistema de integração das partes e sua organização, formulados por Stafford Beer; o apoio da Teoria da Conversação, de Gordon Pask, que permite a observação de estruturas de relacionamentos entre disciplinas e as formas de colaboração; e a estruturação de diálogos proposta por Gregory Bateson, que considera o pesquisador-observador parte ativa dos sistemas observados.
 
Corroborando a mesma atitude colaborativa em pesquisa, entendemos que os dados digitais, assim chamados segundo a contundente argumentação de Étienne Ollion e Julien Boelaert, devem ser produzidos – e não “coletados” – de maneira conjunta por pesquisadores, comunidade e população, através de aplicativos e plataformas online de base livre, especialmente desenhados ou customizados.
 

pesquisas em curso em 2018

 

Construindo interfaces: técnicos e não-técnicos projetando em BIM
Aruã Fava da Costa – Iniciação Científica [2018-atual]

Ampliando diálogos: requisitos para desenvolvimento de interfaces de participação popular em plataforma BIM
Dayanna de Mello Sousa – Iniciação Científica [2018-atual]

Colaboração computacional no gerenciamento do projeto arquitetônico
Fernanda Ferrari – Mestrado [2016-atual]

O papel da automação e inteligência artificial no processo projetual arquitetônico
Jacqueline Rugai Lopes – Iniciação Científica [2018-atual]

Educação patrimonial: desafios e estratégias na cultura digital
Jessica Aline Tardivo – Doutorado [2015-atual]

Dimensões híbridas do espaço público: da cidade participativa à cidade colaborativa
Juliana Couto Trujillo – Doutorado [2016-atual]

Colaboração popular em obras públicas através do uso da Modelagem de Informação da Edificação [BIM]
Juliano Pita – Doutorado [2016-atual]

Realidade aumentada para (re)significação da percepção acerca dos espaços urbanos
Lucas Edson de Chico – Iniciação Científica [2018-atual]

Som e cidade: intervenções em espaços públicos com meios digitais
Luciana Santos Roça – Doutorado [2015-atual]

Entre-meios: corpo, espaço e imagem em movimento
Maria Júlia Stella Martins – Doutorado [2015-atual]

Cibernética em ação: processo de projeto visto através dos ecossistemas
Mariah Di Stasi – Mestrado [2016-atual]

Desenvolvimento de plataforma digital baseada no código Consul junto ao patrimônio cultural da cidade de São Carlos-SP
Mathias Fernandes – Iniciação Científica [2018-atual]

Parâmetros, modelagem paramétrica e fabricação digital
Maurício José da Silva – Iniciação Científica [2016-atual]

Peles contemporâneas: sistemas de vedação com geometrias complexas
Nícolas Pereira Alves – Iniciação Científica [2018-atual]

Ferramenta para o aumento da qualidade de projeto arquitetônico: aspectos tangíveis
Paulo Sena – Mestrado [2016-atual]

Para ler a cidade: narrativas audiovisuais e dinâmicas urbanas
Rodolfo Silva Martins – Iniciação Científica [2018-atual]

Patrimônio cultural colaborativo
Sandra Schmitt Soster – Doutorado [2016-atual]