Diversos
fatores vêm contribuindo, nas últimas décadas, para grandes mudanças no
âmbito social: a inserção da mulher no mercado de trabalho, os avanços da
informática e a introdução desta no espaço doméstico, impulsionando o trabalho
à distância, a liberação sexual, etc.
Esses e outros fatores têm gerado mudanças
no cotidiano doméstico, ainda que o espaço onde ele se desenvolve continue,
na grande maioria dos casos, seguindo o modelo da tripartição burguesa oitocentista
parisiense, com sua divisão em zonas de serviço, social e íntima.
Estudos
realizados no Nomads.usp apontam a recorrência
desta tripartição na quase totalidade dos apartamentos oferecidos pelo mercado
imobiliário paulistano e brasileiro, bem como na grande maioria das demais
modalidades de habitação. Diante desta constatação, diversas discussões
têm sido realizadas dentro do Núcleo, analisando os espaços propostos pelo
mercado, na busca de adequar o espaço doméstico às necessidades reais dos
atuais moradores.
Conclusões preliminares têm apontado
como possibilidade interessante a substituição da rigidez do modelo convencional
pela flexibilidade de espaços reconfiguráveis. Os trabalhos do Nomads.usp
tem buscando esta flexibilidade através da sobreposição ou justaposição
de funções em diversos elementos: divisórias, mobiliário, equipamentos,
componentes construtivos, procurando ampliar este conceito e potencializar
seu uso no desenho do espaço doméstico.
Nestas web pages da pesquisa
apresentamos um resumo contendo um estudo, composto por uma rápida leitura
dos apartamentos de dois e três dormitórios, disponíveis no mercado imobiliário
paulistano, e uma análise mais aprofundada de duas plantas de unidades em
um mesmo condomínio vertical - as opções de dois e três dormitórios. Respaldados
por estes resultados, apresentamos, ainda, um estudo preliminar, em andamento,
sobre possíveis soluções internas para o mesmo espaço, que instruirão a
elaboração de critérios de projeto.
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