Semiótica

Em função da Dissertação de Mestrado desenvolvida em Estudos de Linguagens na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2009), verificou-se que a Arquitetura manifesta uma liguagem não-verbal, fundamental para a comunicação entre os espaços e as pessoas. De acordo com Brier (2003 p.03), a Semiótica começa com o processo de conhecimento, perguntando como a significação está ocorrendo em sistemas vivos e tornando possível a percepção e a cognição. A Semiótica de Peirce une os nossos esquemas explicativos de dedução e indução por meio de capturas no processo de semiose. Peirce sugere que olhemos para a semiose triádica como o processo fundamental da realidade. A consciência é construída de processos semióticos. Como primeiro passo, a cognição é principalmente estabelecida através processos abdutivos significativos e, após a dedução que se segue, testes indutivos. Na filosofia triádica de Peirce, primeiridade é "qualia imanifesto", puro sentimento, lógica e formas básicas de matemática que só se manifestam através da sua ligação com a Secundidade (força, força de vontade, diferenças e resistência) e tornam-se estabilizados através da Terceiridade, que se refere à regularidade, hábitos da natureza (as leis), e compreensão. Peirce apud Santaella (1998) afirma que a manifestação mais simples de terceiridade, que também significa continuidade, generalidade, síntese, aprendizagem, crescimento, etc., está na noção de signo. Deste modo, signo é um primeiro que põe um segundo, seu objeto, numa relação com um terceiro, seu interpretante. O signo é, portanto, mediação. (SANTAELLA, 1998 p. 37).

Portanto, a Semiótica propõe a observação dos fenômenos e sua compreensão por meio da lógica Peirceana. No que diz respeito à arquitetura, a mesma enquanto manifestação de linguagem não-verbal deve ser entendida não apenas como abrigo, mas também como uma ampla possibilidade de comunicação, expandindo seus limites de ação para além dos meio físicos, na constituição do que poderíamos chamar de um espaço psíquico representacional.