É permitido permitir: das alterações no produto imobiliário e dos modos de morar contemporâneos no Recife

Luiz Amorim, Cristiana Griz e Claudia Loureiro

Luiz Amorim é arquiteto e Ph.D. em Estudos Avançados em Arquitetura. Professor associado do curso de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Brasil. Coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (IA2), que estuda aspectos teóricos e metodológicos de projeto.

Cristina Griz é arquiteta e Mestre em Desenvolvimento Urbano. Professora Assistente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Brasil. Pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (IA2). Pesquisa sobre morfologia da arquitetura e urbanismo, configuração espacial, projeto arquitetônico e sintaxe espacial.

Claudia Loureiro é arquiteta e Doutora em Estruturas Ambientais Urbanas. Professora aposentada do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Pernambuco (UFPE) - Brasil. Pesquisadora sênior do Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (IA2). Pesquisa sobre sintaxe espacial, espaço doméstico, desempenho espacial, habitação e projeto de arquitetura.

Como citar esse texto: AMORIM, L.; GRIZ, C.; LOUREIRO, C. É permitido permitir: das alterações no produto imobiliário e dos modos de morar contemporâneos no Recife. V!RUS, São Carlos, n. 5, junho 2011. Disponível em: <http://www.nomads.usp.br/virus/virus05/?sec=4&item=1&lang=pt>. Acesso em: 25 Abr. 2024.

Resumo

A investigação tem como objetivo estudar o fenômeno da alteração do produto imobiliário no Recife e sua relação com os modos de habitar contemporâneos. Atualmente, o principal produto habitacional oferecido pelo mercado imobiliário é o edifício de apartamentos, cujas unidades habitacionais são projetadas adotando-se a família nuclear como modelo ideal de organização social. Porém, a adoção de um único modelo de família nem sempre atende às necessidades dos consumidores, pois além das aspirações pessoais, o perfil sociodemográfico do Brasil contemporâneo apresenta estruturas familiares não nucleares, com necessidades variadas em relação ao seu espaço de morar. Na tentativa de atender a essa demanda, as construtoras permitem, na fase de construção, alterações no projeto original. O resultado das ‘prática da transformação’ é o projeto reformado, que pode apresentar poucas semelhanças com o projeto original. O estudo dessas alterações, observadas a partir das variáveis programáticas e dimensionais, revela a emergência de dois tipos de apartamentos reformados – o de transição e o inovador –, expressões de modos de morar contemporâneo.

Palavras-chave: modos de habitar; apartamento; produto imobiliário; customização.

1. O produto imobiliário no Recife: da sua caracterização e alteração

A concepção e elaboração do edifício de apartamentos – predominantemente caracterizado como um conjunto de unidades padrão que se repete tanto horizontalmente quanto verticalmente – envolve vários agentes. Fabrício (2002) destaca o empreendedor, o incorporador do terreno, o agente financeiro, o poder público (através das regulamentações), os diversos projetistas, a construtora, os fornecedores de materiais e os clientes (usuários). Como ocorre na produção de bens de consumo em geral, o empreendedor e a construtora buscam oferecer um produto que apresente a capacidade de satisfazer ao potencial cliente. Nesse sentido, quanto maior a conformidade entre o produto imobiliário e o usuário a que ele se destina, maior será sua qualidade.

No entanto, alcançar um alto padrão de conformidade entre o apartamento e o seu futuro comprador é tarefa difícil para todos os agentes envolvidos no processo. Enquanto, por um lado, este produto imobiliário é tradicionalmente projetado adotando-se a família nuclear como modelo ideal de organização social, por outro, dados censitários (IBGE, 2009) indicam crescentes mudanças no perfil sociodemográfico brasileiro, onde o número de estruturas familiares não nucleares aumenta consideravelmente, apresentando, assim, necessidades variadas em relação ao seu habitar (BERQUÓ, 2004). Esta diversidade de arranjos familiares deve ser associada ainda às diferentes maneiras de habitar o espaço doméstico, aos diferentes modos de vida, que varia segundo origem social, escolaridade, associação às chamadas culturas urbanas, etc., além da crescente indução pelos meios de comunicação, segundo estratégias de marketing, da necessidade de personalizar – customizar1 – seu ambiente doméstico (GRIZ; AMORIM; LOUREIRO, 2010).

Na tentativa de atender às demandas dos diversos arranjos familiares, as construtoras permitem, ainda na fase de construção do imóvel, que sejam feitas modificações no projeto original do apartamento (PO). Como resultado dessa chamada ‘prática da transformação’ (GRIZ, 2010) tem-se o projeto reformado (PR), distinto do PO segundo o arranjo espacial e forma de ocupação, com a introdução de componentes programáticos não previstos inicialmente. No contexto recifense, essa customização dos apartamentos ainda na fase de construção do edifício tem sido cada vez mais frequente (CAVENDISH, 2000; CONSTRUTORA AC CRUZ, 2008; AMORIM; LOUREIRO; GRIZ, 2009; GRIZ; AMORIM; LOUREIRO, 2010).

A crescente demanda por alterações nos POs não significa, necessariamente, uma baixa qualidade desse tipo de produto imobiliário, afinal, muitos clientes não o alteram; como também pode ser um sinal de que nem todos os compradores dispõem de recursos para sua adequação às demandas individuais. É certo, porém, que as alterações observadas, da simples substituição de atividade nos cômodos (mudança de rótulo) a modificações profundas na sua estrutura espacial, seguramente, indicam incompatibilidades entre o programa arquitetônico adotado, seu dimensionamento, sua organização espacial e certas demandas para abrigar o habitar contemporâneo.

Sabe-se que o edifício de apartamentos substituiu a residência unifamiliar como objeto que representa, simbolicamente, a ambiência idealizada do espaço doméstico contemporâneo2, e que “as práticas cotidianas dizem muito do modo de vida dos habitantes e dos lugares, [...] tornando-se elementos fundamentais no estudo da moradia e do espaço doméstico” (FRANÇA, 2008, p.65). Analisar as alterações feitas nesses apartamentos pode revelar expressões concretas da diversidade de arranjos familiares e de distintos modos de habitar associados a um conjunto variado e dinâmico de fatores indutores de comportamento, seja na dimensão do consumo de bens duráveis, seja na perspectiva de inserção em determinados grupos sociais.

Esse fenômeno é analisado por meio da identificação e análise da composição programática e das atividades domésticas a ela relacionadas, presente nos rótulos dos diversos ambientes que compõem o universo doméstico em duas situações: a. do produto imobiliário, representado pelo projeto original (PO); b. dos apartamentos reformados, representados pelos projetos de reforma (PR). Compreender as variáveis que constituem esse fenômeno pode ser de grande interesse dos vários agentes envolvidos na elaboração do produto imobiliário – do empreendedor ao consumidor.

2. Do apartamento: rótulos, atividades e descrições

O fenômeno da customização ressalta os dois tipos de saberes que atuam na produção da moradia – o profissional e o laico (JOHNSON, 1993; AMORIM; LOUREIRO; GRIZ, 2009). O saber profissional é orientado por requerimentos técnicos e métodos de projetação que são fundamentados em prescrições vindas de diversos campos do saber. Resulta de um processo baseado em etapas que partem da classificação de atividades domésticas expressas em um programa arquitetônico e da definição de relações entre essas mesmas atividades e das distintas categorias de usuários. O conhecimento profissional é sintetizado em documentos técnicos, sendo o projeto original (PO) aquele de maior interesse para a investigação.

Já o saber laico, no contexto da moradia, está calcado nas experiências cotidianas, construídas a partir das relações entre os diversos membros do núcleo familiar, e nas práticas sociais culturalmente consolidadas e em transição. É este tipo de saber que confere ao ambiente doméstico sua individualidade, reflexo dos diferentes modos de vida que regulam o habitar, e que promovem as alterações observadas. O resultado dessa operação é um novo projeto – o reformado (PR), que é definido pelos valores do grupo familiar e de cada um de seus membros. Portanto, a disposição, número e dimensão dos cômodos e/ou ambientes estão relacionados, entre outros fatores, à composição e aos modos de habitar de cada família.

É importante ressaltar que os dois saberes estão imbricados no PR, seja pela presença de profissionais arquitetos, condutores de parâmetros calcados nas tendências do mercado de interiores, seja pelas demandas e preferências que constituem a identidade de cada grupo familiar. As distinções e relações entre os dois campos do conhecimento no contexto da formulação dos POs e PRs podem ser observados por meio de três variáveis:

a) A programática, segundo os rótulos indicados nos programas e projetos arquitetônicos;

b) A geométrica, identificada segundo a área do apartamento, dos setores e de ambientes-chave (como a suíte principal3);

c) A topológica, observada por meio de propriedades relacionais, de natureza topológica, fundamentadas em procedimentos introduzidos pela sintaxe espacial (HILLIER; HANSON, 1984).

Apenas as duas primeiras variáveis são observadas no presente estudo, para avaliar em que medida as funções e atividades domésticas4 contemporâneas – sua quantidade e dimensões – estão sendo atendidas pelo mercado imobiliário atual. Por estar diretamente relacionada às demandas de uso e ocupação e às práticas cotidianas de determinada cultura, a dimensão geométrica é importante para entender como novos programas de necessidades foram elaborados numa conjugação entre conhecimento laico e profissional. Como sugere França (2008, p. 225), “algumas mudanças de função implicam em mudanças no vão da arquitetura, seja aumento ou diminuição de cômodos, ou até a supressão total de algum deles”. A análise conjunta das variáveis programática e geométrica revela se a dimensão dos espaços foi alterada em função de exigências provenientes de novos modos de habitar.

É sabido que diferentes grupos de atividades domésticas realizadas nos diferentes cômodos da casa refletem variadas práticas culturais e sociais (MONTEIRO, 1997). Por esse motivo, faz-se necessário relacionar as principais atividades que compõe o ambiente doméstico recifense, segundo a literatura e os projetos originais e reformados.

As atividades domésticas e os cômodos onde são realizadas foram identificados e descritos por diversos autores (TRAMONTANO, 1993, 1995, 2004; MONTEIRO, 1997). Porém, independente de classe social ou costume, uma casa oferece, no mínimo, ambientes para conviver em grupo (entre moradores ou entre moradores e visitantes); comer, cozinhar, repousar e lavar (a si mesmo – higiene pessoal – e objetos e roupas). Com uma maior ou menor variação, os apartamentos contemporâneos são concebidos para abrigar essas atividades domésticas (como sugerem os rótulos presentes nos projetos arquitetônicos), quase sempre distribuídas em setores domésticos – social, íntimo e serviço. Essas atividades genéricas são acompanhadas de outras, como brincar, trabalhar, ler, ver TV, ouvir música, vestir-se, etc., nem sempre explicitadas nos documentos técnicos.

É sabido que observações diretas da vida doméstica cotidiana ou a aplicação de métodos de coleta de dados, como entrevistas e questionários, junto a moradores de distintas classes sociais (MONTEIRO, 1997), revelam que várias atividades são desenvolvidas em vários ambientes, independente do rótulo5 que os identificam. No entanto, a relação espaço versus rótulo e sua associação aos setores domésticos são importantes indicadores das distintas visões e experiências domésticas contemporâneas (ver Quadro 01). Pesquisas diretas junto às famílias que ocupam projetos originais e projetos reformados serão desenvolvidas oportunamente e a confrontação dos dados estabelecerá um quadro multifocal do fenômeno tratado.

3. Procedimentos de descrição e análise

O conjunto de apartamentos selecionados provém de edifícios construídos por uma mesma construtora a partir do ano 2000, e ofertados para consumidores das classes A1, A2, B1 e B26, perfazendo um total de sete POs, escolhidos por atender ao prazo estabelecido pelo empreendedor para a solicitação de reformas nos apartamentos7, sendo possível computar o percentual de unidades alteradas e analisar suas características comparativamente aos POs. Estes edifícios localizam-se em bairros apontados como os de maior interesse pelos consumidores, de acordo com dados de enquete promovida em março de 2009 pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-PE), no 2º Salão Imobiliário de Pernambuco (MERCÊS, 2009).

A seleção dos PRs priorizou os registros documentais que apresentassem informações sobre o layout previsto (AMORIM; LOUREIRO; GRIZ, 2009), mas também incluiu os casos nos quais os rótulos dos ambientes eram claramente apresentados (Figura 01). O conjunto selecionado totalizou 30 PRs, distribuídos entre 21,43% e 47,62% do total de apartamentos por edifício estudado (Tabela 01).

1 O termo customizar é aplicado com o sentido de adaptar, personalizar um produto às preferências do cliente (do inglês customer).

2Em Recife, por exemplo, 74% dos potenciais compradores de imóveis residenciais escolhem o apartamento como sua moradia (MERCÊS, 2009).

3A suíte deve ser entendida como o agrupamento dos ambientes de uso exclusivo do seu ocupante – espaço de dormir, closet, banheiro.

4Atividade doméstica é tudo aquilo que as pessoas fazem dentro de suas casas (MONTEIRO, 1997).

5Monteiro (1997) enfatizou a diferença entre rótulo do espaço a atividade que pode acontecer nele, revelando a autonomia dos usuários no uso dos espaços.

6 Classificação baseada nos critérios da CCEB - Critérios de classificação econômica brasileira (ABEP, 2011), que abandona a definição em termos de ‘classes socais’ e define exclusivamente por critérios econômicos. É proposto um sistema de pontos de acordo com as posses, grau de instrução do chefe do chefe e a renda familiar. A renda mensal das classes A1, A2, B1 E B2 varia de R$ 2.656,00 a R$11.480,00.

7As reformas que alteram apenas os materiais de revestimentos e os pontos elétricos e hidráulicos não foram consideradas.

As diversas alterações foram classificadas e descritas, qualitativa e quantitativamente, segundo os procedimentos descritos a seguir. Na análise da variável programática, as alterações, observadas por ambientes separadamente e agrupadas por setor doméstico, foram classificadas nas categorias (Figura 02): a) Mudança – quando o ambiente permanece inalterado (em termos de forma e dimensão), mas o rótulo muda; b) Supressão – quando determinado rótulo deixa de existir no projeto; c) Introdução – quando um rótulo não existente no PO é introduzido no PR.

As alterações no programa de necessidades também foram analisadas segundo cada PO e os respectivos PRs. Para cada tipo de alteração foi atribuído um ponto (Tabela 02). O somatório dos pontos indica o total de alterações da variável programática por conjunto de PRs
(Tabela 03) e é descrito segundo a frequência de alteração e do tipo de alteração por setor.

A variável dimensional possibilitou classificar os ambientes e setores segundo a permanência, ampliação ou redução das respectivas áreas8, registrados em valores absolutos e proporcionais à área total do apartamento. De interesse particular é a observação das relações entre as dimensões dos cômodos e dos setores, por revelarem distintos investimentos em ambientes e atividades domésticas.

Os dados coletados foram descritos e analisados em conjunto, segundo os aspectos programáticos e dimensionais, acrescentando à Tabela 01 as variáveis [d] e [e] (Tabela 04), que mostram o número de ambientes com alterações de área. Seguindo o mesmo procedimento anterior, para cada tipo de modificação atribuiu-se um ponto (Tabela 04), cujo somatório indica o total de alterações por conjunto de PRs (Tabela 05), podendo-se verificar em cada conjunto de PRs o setor mais alterado, bem como o percentual do tipo de alteração em cada setor.

4. Da análise dos projetos originais e reformados

4.1. O projeto original (PO)

Do ponto de vista programático, algumas características são comuns a todos os exemplares analisados. Além do conjunto de espaços destinados tradicionalmente às funções de receber (salas de estar), comer (jantar), cozinhar (cozinha), repousar (quartos), lavar-se (banheiros) e dependências de serviço (área, quarto e banheiro de serviço), todos os POs (Figura 03) apresentam também varanda e pelo menos uma suíte. Os apartamentos maiores – Villas 04 e 05 - apresentam uma sala de estar para dois ambientes e mais de uma suíte (Tabela 06).

Estes componentes programáticos e suas respectivas áreas correspondem aos itens coletados em enquete realizada pela ADEMI-PE (MERCÊS, 2009), o que justifica a escolha dessas características programática e dimensional para os POs. O perfil de apartamento com uma suíte, por exemplo, atende às necessidades de 70% dos entrevistados, mesmo que para tanto a área do quarto tenha que ser reduzida. Dos itens de infraestrutura interna, a varanda foi apontada como dos mais valorizados por 55% dos entrevistados. O item copa foi apontado por 16% dos entrevistados, sendo, portanto, pouco valorizado, semelhante à área de serviço ampla.

Os únicos rótulos que não estão presentes em todos os exemplares são a copa, o lavabo e o closet. A copa está presente em três exemplares – Villas 01, 06 e 07. Apesar das Villas 02 e 03 indicarem o rótulo ‘copa’ nas suas plantas, trata-se apenas da presença de uma mesa de refeição e não “o verdadeiro local de refeições cotidianas do grupo doméstico, lugar de convívio por excelência” (TRAMONTANO, 2004, p. 109)

O lavabo é um rótulo utilizado nas plantas para designar um ambiente com uma bacia sanitária e um lavatório ou pia (TRAMONTANO, 2004, p. 145). Assim, este só é efetivamente encontrado em um exemplar, o Villa 05. Em outras duas plantas - Villas 01 e 02 – ‘lavabo’ refere-se a pia. Da mesma forma, a ocorrência de closet é variável: nas suítes, é encontrado em três projetos (Villas 01, 03 e 05) e nos quartos, em apenas um (Villa 03).

Do ponto de vista dimensional, todos os POs apresentam a mesma ordem decrescente de área por setor: íntimo>social>serviço (Figuras 04 e 05). Em dois deles – os Villas 02 e 06 - a área do setor íntimo chega a ser praticamente a metade da área total do apartamento, e 2/3 da área restante correspondente ao social e 1/3 ao serviço. Já no Villa 01, a área de serviço é quase igual à área social. No Villa 04 a distribuição de área é relativamente uniforme entre os setores íntimo e social (aproximadamente 40% para cada um), deixando menos de 15% para o setor de serviço (menor percentual dentre todos os POs).

Figura 04. Média de área por setor.

Figura 05. Percentual de área por setor por PO.

A suíte principal é sempre o dormitório com maior área, podendo chegar a ter o dobro (Villas 02, 03 e 04) ou mais (Villa 01) da área de cada quarto. Sua importância no contexto do universo doméstico contemporâneo se revela de forma emblemática nos casos em que é o maior cômodo do apartamento, como no Villa 01, cuja área suplanta a da sala de estar e varanda somadas.

Salvo essa exceção, nos demais apartamentos a maior área dentre todos os ambientes corresponde aos ambientes de estar e varanda. Nos projetos do Villa 04, 05, 06 e 07 os valores chegam próximos ao dobro da área da suíte. O setor de serviço é o que apresenta menor área em todos os exemplares (Figura 06).

Figura 06. Área por ambiente em cada apartamento – PO.

4.2. O projeto reformado

As alterações programáticas presentes nos PRs são muitas e com frequências variadas, mas todos permanecem com os rótulos sala de estar, de jantar, cozinha e a suíte, existentes nos respectivos POs. Por outro lado, o quarto, a varanda, o quarto e banheiro de serviço são os cômodos que, mesmo presentes em todos os POs, são suprimidos em alguns PRs.

Do ponto de vista dos setores (Figura 07), o íntimo é o mais modificado (60,95%), seguido do social (25,44%) e do serviço (13,61%). A principal mudança no social é a introdução de novos rótulos (79,07%), enquanto no íntimo a mudança de rótulo é a mais frequente (51,46%) e no serviço, a supressão de rótulos (60,87%) (Figura 08).

Figura 07. Alterações programáticas por setor.

Figura 08. Tipo de alterações programáticas por setor.

Aspecto a ser destacado é a variação de nomenclatura de rótulos encontrados nos PRs associados às mesmas atividades domésticas (ver Quadro 01). Com o objetivo de facilitar a leitura e compreensão do argumento, serão utilizadas as denominações encontradas com mais frequência (ver Quadro 02).

8São entendidas como ampliação ou redução modificações que alteram em, no mínimo, 5% da área para mais ou para menos, respectivamente.

A análise por ambiente (Figuras 09 e 10) mostra que apenas 32,54% deles mudam de rótulo, enquanto que a introdução e supressão correspondem a 33,73% do total de PRs. Os quartos são os mais modificados, sendo a mudança de rótulo o tipo de alteração mais frequente. Os ambientes do setor social existentes no PO – sala de jantar e estar - praticamente não sofrem alterações (só mudança de rótulo), assim como a cozinha e a área de serviço. A supressão de rótulos no setor de serviço, como descrito acima, refere-se ao quarto e BWC de serviço.

Figura 09. Tipo de alteração programática por ambiente.

Figura 10. Alterações programáticas por ambiente.

Dentre os rótulos novos9, seis deles não aparecem em nenhum PO – o home theater, o home office, a despensa, o roupeiro, o depósito e a sala íntima. O home theater e o closet 10na suíte principal são os ambientes mais solicitados dentre os novos rótulos (21,54% cada um), seguido pelo lavabo (18,46%) e pelo home office (10,77). Ambientes como a despensa, sala íntima, copa e roupeiro apareceram com pouca frequência (Figuras 11 e 12).

Figura 11. Frequência de introdução de novos rótulos.

Figura 12. Novos rótulos por grupo de PRs.

O rótulo depósito precisa de comentários detalhados. O código de edificações municipal define a área mínima para quartos de serviços, área essa que nem sempre é atendida no PO. Para sua aprovação nos órgãos legais, esse cômodo é usualmente denominado de ‘depósito'. Os PRs apresentam situações semelhantes11, provavelmente para não comprometer a liberação do habite-se, já que as plantas reformadas, embora não precisem ser formalmente aprovadas nos órgãos legais, estão em poder das construtoras e, portanto, acessíveis aos fiscais. 12

As Tabelas 1 e 2 mostram as mudanças programáticas por grupo de cada PO e de seus respectivos PRs, de acordo com os três tipos de alteração (Villa 01 como exemplo). Com o somatório das mudanças é possível identificar o PO mais alterado – o Villa 01 – e o mais íntegro - o Villa 02. Os demais apresentaram alterações programáticas semelhantes (Figura 13).

Quanto ao tipo de alteração, o percentual de ocorrência varia de um edifício para outro (Figura 14). Os Villas 01 e 03 apresentam a maior ocorrência de rótulos suprimidos, enquanto que os Villas 02 e 07, de rótulos introduzidos. Em relação à mudança de rótulo, o Villa 05 é o que apresenta o maior percentual de ocorrência.

Figura 13. Número de alterações por edifício.

Figura 14. Percentual do tipo de alterações por edifício.

Quanto às alterações de cada conjunto de PRs, um dado que chama a atenção é mudança do número de quartos e suítes (Tabela 07). Apenas 26,66% dos PRs (08 exemplares) não alteram a quantidade de quartos originalmente oferecidos pelo construtor, enquanto que 73,34% a diminuíram. Todos os PRs dos Villas 01, 04 e 06 modificam o número original de quartos. Em alguns casos (Figura 15), para que isso ocorra, é necessário aglutinar dois deles. A alteração no número de suítes é outro dado que merece destaque. Dos 14 exemplares que alteram o número de suítes (46,66% do total de PR), 64,88% aumentam a quantidade oferecida no PO13.

A varanda é suprimida apenas no apartamento de menor área de sala – o Villa 01. Já o lavabo é um elemento programático de ocorrência variável. Ele só aparece em um PO – o Villa 05. Porém, apenas um PR deste edifício (25%) permanece com esse rótulo, mas 12 dos 26 PRs restantes (46,15%) acrescentam o lavabo no programa arquitetônico.

Em relação às alterações da variável dimensional, o mais alterado é o íntimo (42,86%), seguido pelo social (37,50%) e o de serviço (19,64%) (Figura 16). Enquanto a maioria dos PRs mantém a área do setor de serviço inalterada (63,33%), o social aumenta numa proporção equivalente à redução do íntimo (Figura 17), o que corrobora com as modificações programáticas identificadas.

Figura 16. Alteração de área por setor.

Figura 17. Tipo de alteração de área por setor.

Sobre a alteração na área dos ambientes, dois dados merecem destaque: o aumento de área da suíte principal (Figura 18) e da copa/cozinha (Figura 19). A suíte principal é o dormitório com maior área em todos os POs, porém, parece não atender às expectativas dos consumidores. Comparando esse dado com as alterações de área por setor, percebe-se que, apesar do setor íntimo diminuir, a suíte cresce incorporando a área de outros dormitórios, em consonância com a diminuição do número de quartos. Já o conjunto copa/cozinha é ampliado em 46,67% dos casos, mesmo que a área do setor social não tenha sofrido grandes alterações.

Figura 18. Alteração de área na suíte principal.

Figura 19. Alteração de área na copa/cozinha.

Ainda em relação à variável dimensional, devem-se destacar os casos em que a ordem decrescente de valor de área (encontrada em todos os POs) tenha sido modificada do padrão íntimo>social>serviço. A Figura 20 mostra alterações em alguns os PRs, como nos Villas 02 e 07, onde se tem social>íntimo>serviço.

Figura 20. Média da distribuição de área setorial por conjunto de PR.

Na descrição conjunta das alterações programática e dimensional (Tabelas 03 e 04) percebe-se que o setor mais alterado é o íntimo, com 57,38% das modificações (Figura 21). Com exceção dos Villas 03 e 04, o setor de serviço é o menos alterado, com destaque para o Villa 07, onde não houve nenhum tipo de alteração nesse setor. Nos demais, percebe-se que as alterações no setor íntimo são referentes mais às mudanças dimensionais do que programáticas.

Villa 01

Villa 02

Villa 03

Villa 04

Villa 05

Villa 06

Villa 07

Figura 21. Tipo de alteração por setor, em cada conjunto de PRs.

5. Ontem, hoje e amanhã: culturas do habitar em transição e inovação

Os resultados da análise sugerem que as alterações promovidas pelos proprietários dos apartamentos compõem um conjunto bastante diverso, motivadas por demandas específicas de distintos grupos familiares. No entanto, é possível perceber, por um lado, algumas permanências na forma de organizar o espaço doméstico e, por outro, importantes alterações programáticas que denunciam novos modos (ou apenas releituras) do habitar, observáveis na relação entre três pares compostos por variáveis espaciais e as atividades ali desenvolvidas: a. o setor social | novos rótulos; b. o setor íntimo | ampliação da suíte (dimensão e programa); e c. setor de serviço | rótulos tradicionais.

O primeiro par trata dos hábitos de convivência em família e da recepção de convidados. O segundo trata das alterações nas demandas de privacidade e conforto dos diversos membros da família, principalmente do casal ou chefe de família, segundo o arranjo familiar existente – monoparentais, casais hétero ou homossexuais, etc. O terceiro par observa o arranjo programático dos ambientes prioritariamente ocupados por empregados domésticos nas suas tarefas cotidianas de manutenção da vida familiar.

No setor social, o que mais chama atenção é a sua valorização por parte dos moradores, que optam por aumentar a área original em até 50% (Figura 22), como consequência direta da diminuição da área total do setor íntimo. Esse aumento refere-se tanto à ampliação de ambientes já existentes - salas de jantar e estar -, quanto à inclusão do lavabo, home theater e/ou home office. Dois fatores podem justificar esse tipo de alteração: a. a redução da unidade familiar (BERQUÓ, 1989, 2004; IBGE, 2009); b. a consolidação do hábito de receber convidados e/ou interagir em família.

Se, por um lado, o número médio de membros da família diminuiu, necessitando, assim, de menos dormitórios, por outro, a área social de apartamentos com menos de 03 quartos oferecidos pelo mercado imobiliário é bastante reduzida, não sendo compatível com o gosto do consumidor das classes média e alta. O desejo de conviver em uma ampla área social, costume herdado do século passado14, promove a compra e reforma de apartamentos concebidos para famílias maiores, corroborando com Tramontano (2004, p.47) que sugere que “o setor social não parece variar em função do número de usuários ou de membros do grupo doméstico, mas segundo sua renda familiar” e, pode-se acrescentar, seu “padrão extrovertido de sociabilidade”.

9A copa, o lavabo e o closet da suíte principal são indicados como ‘novos rótulos’ na Figura 15, por não estarem presentes em alguns POs (Figura 16).

10 Vale salientar que, em alguns PRs, a ocorrência do closet parece ser um tanto forçada, à medida que o rótulo aparece sem que se tenha um espaço claramente definido para a atividade de vestir-se.

11 Dentre os seis depósitos contabilizados, cinco deles representam uma cama em seu layout.

12 A certidão do habite-se é um documento que atesta que o imóvel foi construído seguindo-se as exigências estabelecidas pela prefeitura para a aprovação de projetos.

13A demanda variável por número de quartos e suítes vem sendo parcialmente atendida pela oferta de plantas que possibilitam a eliminação de um ou mais quartos, sua aglutinação ou mesmo oferecendo um ou mais tipos de plantas.

14Tramontano (2004, p. 45) ressalta que, na sociedade brasileira, as salas e os ambientes de recepção e convívio apresentam, ao longo do século XX, as maiores áreas dentre todos os cômodos do apartamento.

A inclusão de novos rótulos no setor social é o principal indicador de mudanças de comportamento no ato de receber visitas e interagir em família. Além de proporcionar mais conforto para os visitantes (ou afastá-los do ambiente privado da família) com a inclusão do lavabo (Figura 15), por exemplo, a família contemporânea busca oferecer ambientes exclusivos para atividades sociais ‘da moda’, como assistir à TV digital e ao filme em tecnologia blu-ray em uma sala equipada com equipamentos de última geração – o home theater. A inclusão desse rótulo, já apontada em estudos de habitações do fim do século passado (TRAMONTANO, 2004; FRANÇA, 2008; PAULA, 2007), é um reflexo da difusão da TV a cabo e das variadas opções de programas de entretenimento, mas também um sinal do sentimento de insegurança urbana que impele as famílias ao convívio em ambientes privados – seja o edifício ou o apartamento.

Outro rótulo típico do apartamento contemporâneo é o home office. Sua localização no apartamento é variável: ora está no setor social, ora no íntimo, ora em uma posição que possibilita o acesso pelos dois setores (Figura 23). A inclusão desse ambiente exclusivo para o trabalho/estudo indica a persistência de um costume surgido juntamente com a propagação dos computadores pessoais e dos avanços no campo da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que facilitaram o trabalho à distância.

As alterações ocorridas no setor íntimo proporcionam ambientes mais confortáveis e aumentam a privacidade de todos os moradores, não somente o ‘chefe da casa’, com a inclusão de banheiros e closets, sugerindo que a família contemporânea é mais democrática e menos hierárquica (GARCIA, 2003). Como sugere Prost:

a família se desinstitucionaliza e passa a ser o conjunto de vidas privadas unidas informalmente por parentesco. O espaço privado da moradia deixa de ser obrigatoriamente público entre os habitantes, buscando possibilitar delimitação de espaços individuais para cada um de seus membros, em gradações que variam com as classes sociais (PROST, 1992, p.61).

Contudo, certa hierarquia ainda é mantida. Quando se trata da suíte do ‘chefe da casa’, a privacidade e conforto podem chegar ao nível máximo, com espaços para um pequeno estar, TV, trabalho, grandes banheiros privativos e closets (Figura 24). As suítes master, como são comumente referidas pela publicidade, são ambientes multifuncionais que se tornam símbolo da sofisticação da vida a dois.

Em relação ao setor de serviços é importante ressaltar uma contradição, indicada pelas reformas, quando comparadas com outras regiões do país. Vários autores (BRANDÃO, 2002; TRAMONTANO, 2004; PINHO, 2005; PAULA, 2007; FRANÇA, 2008) enfatizam o desaparecimento da empregada doméstica como membro permanente do grupo familiar e a diminuição da área da cozinha devido à inserção de novas tecnologias que facilitam a atividade de cozinhar. Os POs estudados refletem, em certa medida, esta tendência, expressa na redução da área do setor. Porém, os PRs indicam que outros hábitos ainda estão presentes na família contemporânea recifense, onde o empregado doméstico ainda é morador do apartamento na maioria dos casos – 53%, se o cálculo levar em conta apenas aqueles ambientes com o rótulo ‘quarto de serviço’ (Figura 23) e 66,66% quando o rótulo ‘depósito’ é acompanhado, no layout, de uma cama (Figura 24). Nesses casos, a área reservada para a empregada doméstica é ainda menor15, refletindo sua segregação e hierarquia dos usuários do habitar doméstico.

Em síntese, a relação entre os três pares selecionados e as alterações programáticas e dimensionais computadas para cada PR (Tabela 04) revelam duas maneiras de estruturar o espaço doméstico contemporâneo, segundo o conhecimento profissional e o laico: 1. O projeto de transição; e 2. O projeto de inovação.

O primeiro caracteriza-se pela manutenção parcial do PO, apresentando alterações ou inclusões de novos rótulos (Figura 25). No projeto de transição, as intervenções indicam certo distanciamento do modo de habitar tradicional, com a incorporação de artefatos tecnológicos que propiciam ambientes de trabalho e lazer para a família, e a promoção de maior privacidade no âmbito íntimo (Figura 02). Estes casos podem ter sido motivados pela adequação do programa arquitetônico original às demandas da família, ou por restrições orçamentárias familiares, provavelmente comprometidas pelas despesas da aquisição do imóvel. Investigações futuras poderão iluminar a questão.

Já o projeto de inovação apresenta alterações profundas, principalmente no programa arquitetônico dos setores social e íntimo. Caracteriza-se pela significativa redução do número de quartos para a ampliação da área e rótulos da área social, principalmente para a inclusão de novos itens programáticos, particularmente de aparatos de tecnologia digital, tanto para a comunicação, quanto para a diversão e o trabalho, e da suíte principal (Figuras 22 e 24). Esse tipo de projeto parece estar relacionado às famílias não nucleares – monoparentais, casais sem filhos, divorciados e os singles (BUCHER, 1999), todos com poder aquisitivo alto e com desejo de investir em conforto íntimo e social.

Independente do tipo de grupo doméstico, os projetos inovadores revelam uma significativa alteração da vida social e privada, particularmente do(s) ocupante(s) da suíte master. Contrariamente ao comportamento previsto da clássica família nuclear moderna, cuja demonstração de sexualidade parental era devidamente reprimida e silenciada no ambiente doméstico, a casa da família contemporânea pós-revolução sexual se mostra mais liberalizante, tanto no que se refere à abordagem de temas sobre sexualidade no contexto familiar, como também ao reconhecimento do quarto como local para a expressão dessa sexualidade. A suíte é o lócus evidente dessa sexualidade parental, onde o conforto, a privacidade e o prazer são realizados, apesar da separação de corpos, ao menos em algumas circunstâncias, com a adoção de dois banheiros privativos distintos (Figura 24).

Em comum aos dois tipos identificados, as peculiaridades do setor de serviço quanto ao seu dimensionamento e manutenção programática, como traços culturais indeléveis da sociedade local.

6. Conclusões

O estudo do fenômeno da alteração do produto imobiliário no Recife sob a perspectiva de sua relação com os modos de habitar contemporâneos foi observado a partir da existência de dois conjuntos de apartamentos: aqueles projetados e oferecidos por empreendedores para seus potenciais clientes – o projeto original; e aqueles que sofreram intervenções dos moradores – o projeto reformado. Os dois projetos foram analisados segundo as variáveis programáticas e dimensionais e, em particular por meio da relação entre três pares relacionais que observam as dimensões espaciais e ocupacionais, a saber: a. o setor social | novos rótulos; b. o setor íntimo | ampliação da suíte (dimensão e programa); e c. setor de serviço | rótulos tradicionais.

A relação entre os três pares selecionados e os aspectos programáticos e dimensionais revela duas maneiras de estruturar o espaço doméstico contemporâneo, o projeto de transição e o projeto de inovação, mas também revela um traço cultural marcante – a manutenção das propriedades do setor de serviço. O primeiro mostra certo distanciamento do modo de habitar tradicional, possibilitado, principalmente, pela introdução de artefatos tecnológicos que alteram as maneiras de relacionamento interpessoal no âmbito familiar e promovem maior isolamento espacial entre os componentes da família. Os cômodos privativos se aproximam de unidades habitacionais autônomas.

O segundo revela alterações mais profundas no programa arquitetônico e nas formas de habitar. São unidades habitacionais que apresentam uma importante redução do número de quartos, uma ampliação da área e do número e diversidade rótulos da área social. Da mesma maneira que no primeiro tipo, como era de se esperar, são os aparatos de tecnologia digital, tanto para a comunicação, quanto para a diversão e o trabalho, que promovem os momentos de maior sociabilidade – ao receber visitantes, ou de maior privacidade – ao promover o isolamento espacial, mas a interatividade, digamos, transpacial.

Os resultados parciais da pesquisa não são, contudo, suficientemente abrangentes para que possam ser generalizados no contexto recifense, quiçá no contexto nacional. Imóveis voltados para o mercado imobiliário exclusivo da classe A1 e A2, bem como outros exemplares dirigidos para as faixas de renda C1 e C2, estão em fase de análise. Os resultados podem contribuir para uma compreensão mais geral do fenômeno em tela.

Outros aspectos e variáveis que caracterizam o processo de produção e customização do produto imobiliário, tais como seus efeitos na configuração da estrutura espacial (AMORIM; LOUREIRO; GRIZ, 2009; GRIZ; AMORIM; LOUREIRO, 2009; GRIZ, 2010; GRIZ; AMORIM; LOUREIRO, 2010), as estratégias de marketing na construção das demandas do morar (LOUREIRO; AMORIM, 2002; AMORIM; LOUREIRO, 2003, 2010) e as novas demandas provenientes do processo de envelhecimento populacional (GRIZ; AMORIM; LOUREIRO, 2009) foram amplamente analisados em diversos artigos científicos. A leitura desses documentos contribui para uma compreensão de outras facetas do problema e de como se dá a interação entre elas.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) pelo suporte financeiro ao desenvolvimento da investigação.

Referências

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15O conjunto copa/cozinha, por exemplo, é quase sempre ampliado, em detrimento da área do quarto de serviço.

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It is permitted to permit: the changes in the real state product and the contemporary ways of living in Recife

Luiz Amorim, Cristiana Griz and Claudia Loureiro

Luiz Amorim is Architect and Ph.D. in Advanced Studies of Architecture, Associate Professor at the Graduation Program in Urban Development (MDU), at the Federal University of Pernambuco (UFPE), Brazil, coordinator of the Advanced Studies of Architecture Lab (IA2), which studies design theoretical and methodological aspects.

Cristiana Griz is Architect and Master in Urban Development, Assistant Professor at the Architecture and Urbanism Department at the Federal University of Pernambuco (UFPE), Brazil, researcher at Advanced Studies of Architecture Lab (IA2) on space configuration, architectural design and space syntax.

Claudia Loureiro is Architect and Doctor in Architecture, retired professor of the Architecture and Urbanism Department at the Federal University of Pernambuco (UFPE), Brazil, Senior researcher at Advanced Studies of Architecture Lab (IA2), she studies space syntax and domestic space in architectural design.

How to quote this text: Amorim, L., Griz, C. and Loureiro, C., 2011. It is permitted to permit: the changes in the real state product and the contemporary ways of living in Recife, V!RUS, [online] June, 5. [online] Available at: <http://www.nomads.usp.br/virus/virus05/?sec=4&item=1&lang=en>. [Accessed: 25 April 2024].

Abstract

This research aims at studying the phenomenon of the real state in Recife and its relation with the contemporary ways of living. Currently, the main housing product offered by real state market is the apartment building whose housing units are designed taking the nuclear family as the social organization ideal model. However the adoption of one single family model not always meets the costumers’ needs. Besides personal aspirations, the social demographic profile of contemporary Brazil presents non-nuclear family structures with varied requirements in relation to their living spaces. In an attempt to satisfy this demand, construction companies permit changes in the original project during the construction phase. The result of this “practice of transformation” is the reformed project that can bear little resemblance to the original project. The study of these changes, observed from the programmatic and dimensional variables, indicates the emergence of two reformed unit types - the transition one and the innovative one - expressions of contemporary ways of living.

Keywords: ways of living, apartment, housing product, customization.

1. Recife’s housing product: characterization and changes

The apartment building’s concept and development - mainly characterized as a set of standard units repeated both horizontally and vertically - involves multiple agents. Fabricio (2002) gives emphasis to the entrepreneur, the land developer, the financial agent, the state (through its regulations), the several designers, the construction companies, the materials suppliers and the clients (users). As well as in general consumer goods production, the entrepreneur and the construction company seek offering a product capable to satisfy the potential client. In that sense, the greater the conformity between the product and the intended user the higher the quality expected.

However, achieving a high standard of conformity between the apartment and its future buyer is a difficult task for all agents involved in the process. On the one hand, this real estate product is traditionally designed taking the nuclear family as social organization ideal model. In the other, census data (IBGE 2009) indicate increasing changes in Brazilian social-demographic profile. The number of non-nuclear family structures has increased considerably, thus presenting different needs regarding dwelling (Berquó, 2004). This diversity of family arrangements should also be associated with different ways of using domestic spaces, different ways of life, which varies according to social origin, education level, association to the so-called urban cultures etc., besides the need to personalize - customize1 - the domestic environment, increasingly induced by media according to marketing strategies (Griz; Amorim; Loureiro, 2010). Attempting to suit demands of different family arrangements, the construction companies allow modifications in the original project of the apartment (OP) during the construction phase. As a result of such “practice of transformation” (Griz, 2010) we have the reformed project (RP), distinct from the OP concerning spatial arrangement and uses, introducing non-originally planned programmatic items. Within Recife’s context, customization of apartments along the construction of the building has become increasingly usual (Cavendish, 2000; Construtora AC Cruz, 2008; Amorim; Loureiro; Griz, 2009; Griz; Amorim; Loureiro, 2010).

The increasing demand for changes in the OP does not necessarily mean a low quality of this kind of real estate product since many clients do not modify it – yet it could be a sign nor all buyers have the resources for suiting to individual demands. However, is true that the changes, from simple substitution of rooms’ activities (renaming them) to radical changes in its spatial structure, certainly indicate mismatches between the architectural program adopted, its size, its spatial organization, and certain demands to shelter contemporary dwelling.

We know that the apartment building replaced the single-family residence as the object that symbolically represents the idealized ambience of contemporary domestic space2, and that “everyday practices says much on dwellers’ ways of living life and places, [...] becoming key elements in the study of housing and domestic space” (França, 2008, p. 65). Analyzing changes made onto these apartments may reveal concrete expressions of family structures diversity and different ways of living associated with a varied and dynamic set of behavior inducer factors, either in the dimension of durable goods consumption or in the prospect of inclusion in certain social group.

This phenomenon is examined through the identification and analyses of programmatic composition and domestic activities related to it, present on the labels of different spaces that compose the domestic world in two situations: a. the real estate product, represented by the original project (OP); b. of the renovated apartments, represented by the reformed project (RP). Understanding the variables that constitute this phenomenon may interest various agents involved in the development of real estate product – from the entrepreneur to the customer.



2. The apartment: labels, descriptions and activities

The customization phenomenon emphasizes two kinds of knowledge within housing production – the professional and the secular ones (Johnson, 1993; Amorim; Loureiro; Griz, 2009). The professional knowledge is directed by technical requirements and design methods that are based on prescriptions coming from different fields of knowledge. It is the result of a process based on phases beginning with the classification of household activities expressed in an architectural program and defining relations between these activities and the different categories of users. The professional knowledge is synthesized in technical documents, but the original project (OP) is the most relevant one for investigation.

Secular knowledge, within the context of housing, is based on everyday experiences, constructed from the relations among the various members of the family and social practices culturally consolidated and those in transition. This kind of knowledge gives to domestic space its individuality, reflecting the different ways of living that regulate the dwell and promote the observed changes. The result of this process is a new project – the reformed one (PR), defined by values of the family and its members. Therefore, the arrangement, number and size of rooms / spaces are related, among other factors, to each family’s composition and ways of living.

It’s important emphasizing that the two kinds of knowledge are overlapped in the RP, either by the presence of architects defining parameters according to interior design market trends, or by the demands and preferences that constitute the identity of each family. The distinction and relations between the two kinds of knowledge within the context of formulating PO and PR can be observed through tree variables:

  1. The programmatic, according to the labels indicated in the architectural programs and projects;

  2. The geometric, identified according to the apartment area, its sectors and key-rooms (such as master bedroom3);

  3. The topological, observed through relational properties, from topological nature, based in procedures introduced by spatial syntax (Hillier; Hanson, 1984).

Only the first two variables are considered in this study, evaluating to what extent contemporary4 housework tasks – their number and dimensions – have been attended by current housing market. For being directly related to use and occupation demands and to particular culture’s daily practices, the geometric dimension is important to understand how the new programs are developed joining secular and professional knowledge. As França suggests (2008, p. 225), “some changes in function imply in architectural changes, either by rooms extension or reduction or even by suppressing any of them”. The joint analysis of programmatic and geometrical variables shows whether the dimension of space has been changed due to new ways of living demands.

Wee know that different groups of housework task held in different rooms reflect different cultural and social practices (Monteiro, 1997). Therefore, it is necessary relating the main activities that compose Recife’s domestic environment according to literature and the original and reformed designs.

The domestic activities and the rooms where they are made were identified and described by several authors (Tramontano, 1993, 1995, 2004; Monteiro, 1997). However, independently of social class or habits, a house offers, at least, spaces to stay among residents or visitors, eating, cooking, resting, and washing (himself - personal hygiene – objects and clothing). With a greater or lesser variation the contemporary apartments are designed to shelter these activities (as suggested by labels presented in the architectural designs), usually distributed within domestics sectors – social, intimate and service. These generic activities are accompanied by other: playing, working, reading, watching TV, listening to music, dressing up etc., not always explained in technical documents.

It is known that direct observations of everyday domestic life or the application of gathering methods collection such as interviews and questionnaires with residents from different social classes (Monteiro, 1997), show that several activities are carried out in various spaces, regardless of their labels5. However, the relation between space and label and their association with domestic sectors are important indicators of the different visions and contemporary domestic experiences (see Chart 01). Direct researches along with families that occupy original projects and reformed projects will be developed in due time and comparing data will establish a multifocal framework of this phenomenon.

3. Description and analysis procedures

The set of selected apartments comes from buildings made by the same construction company as from 2000 and offered to customers of A1, A2, B1 and B2 classes6. Seven OP were chosen because they attended the deadline established by the entrepreneur for requesting apartments’ reforms 7, therefore it is possible to compute the percentage of units changed and analyze its characteristic comparing to OP. These buildings are located in neighborhoods identified as the most valued by consumers, according to a query held in March 2009 by the Real Estate Market Managers Association (ADEMI-PE) in the 2º Salão Imobiliário de Pernambuco (MERCÊS, 2009).

The RP selection prioritized the documentary records that submit details on the expected layout (Amorim; Loureiro; Griz, 2009), but also included cases in which the labels of the spaces were clearly shown (Figure 01). The 30 selected RP represent from 21,43% to 47,62% of the total number of apartments per building studied (Table 01).

The various changes were classified and described qualitatively and quantitatively using the procedures described below. In the analysis of programmatic variable the changes were observed by space separately and grouped by domestic sector, and classified into categories (Figure 02): a) Change – where the space remains unchanged (in terms of shape and size) but its label changes; b) Suppression – when a particular label no longer exists in the project; c) Introduction – when a non-existent label in the OP is introduced in the RP.

1 The terms customize means to adapt, personalize a product to customers’ preferences.

2 In Recife, for instance, 74% of potential buyers of residential properties choose the apartment as their home (Mercer, 2009).

3 The suite should be understood as the grouping of spaces for exclusive use of its occupant - sleeping space, closet, bathroom.

4 Housework tasks is everything that people do inside their houses (Monteiro, 1997).

5 Monteiro (1997) emphasized the difference between space label and the activity that can happen in it, revealing the user’s autonomy in the use of space.

6 Classification based on the criteria of CCEB - Critérios de Classificação Econômica Brasileira (ABEP, 2011), which leaves the definition in terms of “social class” and define it exclusively by economic criteria. It proposes a point system according to wealth, education level of boss and family boss’s income. The monthly income of Classes A1, A2, B1 e B2 ranges from R$ 2.656,00 to R$ 11.400,00.

7 The reforms that modify only the covering materials and electrical and plumbing points were not considered.

Program requirements changes were also analyzed in each PO and their PR. For each type of change one point was assigned (Table 02). The sum of points indicates the total changes of programmatic variable by set of RP (Table 03) and it is described according to the frequency of change and the type of change by sector.

The dimensional variable permitted classifying spaces in sectors according to permanence, extension or reduction of the respective areas8, recorded in absolute and proportional values to the total area of the apartment. Particularly interesting is the observation of the relations between the dimensions of the rooms and sectors, as they reveal different investments in spaces and domestic activities. The collected data were described and examined together, according to the programmatic and dimension aspects, adding variables [d] and [e] to Table 01 (Table 04), showing the number of rooms with changes in area. Following the same previous procedure, for each type of modification was assigned a point (Table 04), which sum indicates the total changes per RP set (Table 05). The sector more modified, as well as the type of change percentage in each sector can be checked in each RP set.

4. Analysis of original and reformed project

4.1. The original project (OP)

From a programmatic perspective, certain characteristics are common to all cases examined. Besides the spaces traditionally aimed to the functions of receiving (living room), eating (dining room), cooking (kitchen), resting (bedrooms), bathing (bathrooms) and service dependencies (service area, maid’s room and bathroom), all the OP (Figure 03) also present at least one balcony and one suite. The larger apartments – Villas 04 and 05 – present a living room for two ambient and more than one suite (Table 06).

These program components and their respective areas correspond to the items collected from query held by ADEMI-PE (Mercês, 2009), which justifies the choice of these programmatic and dimensional characteristics to the OP. The profile of an apartment with one suite, for instance, meets the needs of 70% of interviewees, even if bedroom’s area is reduced. On the internal infrastructure, the balcony was identified as the most valued item by 55% of interviewees. The copa room was reported by 16% of respondents; therefore, undervalued, as a large service area.

The only labels not appearing in all projects are the copa room, the restroom and the closet. The copa is present in three cases – Villas 01, 06 and 07. Although the Villas 02 and 03 indicate the label “copa” in their plans, there is only the presence of a dining table and not “family’s real place for daily meals, the place for socializing by excellence” (Tramontano, 2004, p. 109).

The restroom is a label used in plans to designate a room with a restroom seat and a washbasin or sink (Tramontano, 2004, p. 145). So this is effectively found in only one case, the Villa 05. In two other plans – Villas 01 and 02 – “restroom” refers to the sink. In the same way, the occurrence of closet is variable: within the suites, it is found in three projects (Villas 01, 03 and 05) and only in one case within the bedrooms (Villa 03).

From the dimensional perspective, all OP have the same order of decreasing area per the sector: intimate>social>service (Figures 04 and 05). In two of them – Villas 02 and 06 – the intimate sector’ floor area is almost half of apartment’s total area; 2/3 of the remaining area corresponding to the social and 1/3 to service. In Villa 01, conversely, service area almost equals social area. At Villa 04 distribution of area is relatively uniform between intimate and social sectors (about 40% for each), leaving less than 15% for the service sector (the lowest percentage among all the OP).

Figure 04. Average area per sector

Figure 05. Percentage area per sector per PO

The master suite is always the larger bedroom, having even twice (Villas 02, 03 and 04) or more (Villa 01) area then the other bedrooms. Its importance in the contemporary domestic universe context is emblematically revealed in cases where it is the apartment’s largest room, as in Villa 01, supplanting the sum of living room and balcony areas.

Excluding this case, in the other apartments the larger area among all the spaces corresponds to the living room and balcony. In the Villas 04, 05, 06 and 07 projects the values ​​come close to twice the size of the suite area. The service sector is the one with the smallest area in all cases (Figure 06).

Figure 06. Area by room in each apartment - OP.



4.2. The reformed project

The programmatic changes in the RP are many and with varied concurrency, but all them remain with the existing labels of living room, dining room, kitchen and suite, from the respective OP. Moreover, the bedroom, the balcony, the maid’s room and bathroom, which are present in all PO, are suppressed in some RP.

With regard to the sectors (Figure 07), the intimate is the most modified one (60,95%), followed by social (25,44%) and the service (13,61%). The main change in social is the introduction of new labels (79,07 %), while in the intimate changing the labels is the most frequent change (51,46%) and in service, the suppression of labels (60.87%) (Figure 08).

Figure 07. Program changes by sector.

Figure 08. Kind of program changes by sector.



The change in nomenclature of rooms found in RP associated to the same housework is an aspect to be noted (see Table 01). Aiming at facilitating the reading and the understanding of our argument will use the labels found more often (see Table 02).

The analysis by room (Figures 09 and 10) reveal that only 32,54% change the label, while introduction and suppression represent 33.73% of total RP. The bedrooms are the most modified, more often with the change of label. The existing spaces of social sector in OP – dinning and living room – pratically do not change (just label changes), as well the kitchen and service area. The suppression of labels in the service sector, as described above, refers to maid’s room and bathroom.

Figure 09. Kind of programmatic change in the room.

Figure 10. Programmatic change in the room.

Among the new labels9, six of them did not appear in any OP – the home theater, the home office, the pantry, the wardrobe, the deposit and the family room. Among the new labels, the home theater and the closet10 within the master suite are the most requested (21,54% each), followed by the restroom (18,46%) and the home office (10,77%). Spaces as pantry, family room, copa and wardrobe appeared infrequently (Figures 11 and 12).

8 Extending or reducing changes are regarded as that modify, in at least 5% of the area more or less, respectively.

9 The copa, the restroom and the master bedroom’s closet are indicated as 'new label’ in Figure 15 since they are not present in some OP (Figure 16).

10 It is worth mentioning that in some RP the occurrence of the closet seems to be somewhat forced, as the label does not to correspond to a clearly defined space for the activity of dressing.

Figure 11. Frequency of introduction of new labels.

Figure 12. New labels by RP group.

The label deposit needs detailed comments. The municipal building code defines the minimum area for maid’s rooms, but OP does not always address such area. For their approval by legal bodies, this room is usually labeled as 'deposit'. The RP present similar situations11, probably not to compromise the release of the legal certificate authorizing the property’s use, as the reformed plans, although not needing formal approval by legal bodies, they are in the hands of builders and therefore are accessible to fiscal.12

The Tables 1 and 2 presents the programmatic changes for each group of OP and their respective RP, according to the three kinds of changes (Villa 01 as example). The sum of the changes makes possible identifying the most modified OP – o Villa 01 – and the most intact – o Villa 02. The others presented similar programmatic changes (Figure 13).

Regarding the kind of change, the percentage of occurrence varies from one building to another (Figure 14). The Villas 01 and 03 present the higher occurrence of removed labels, while Villas 02 e 07 presents the higher occurrence of introduced labels. Regarding the label change, Villa 05 presents the higher percentage of occurrence.

Figure 13. Number of changes by building

Figure 14. Percentage of changes kind by building

Regarding the changes for each group of RP, a striking fact is the change of number of rooms and suites (Table 07). Only 26,66% of the RP (08 units) did not change the number of bedrooms and suites originally offered by the builder, while 73,34% have diminished is. All the RP of Villas 01, 04 e 06 modified the original number of bedrooms. In some situations (Figure 15), for this purpose, is necessary to join two of them. The change in the suites number is another factor that draws attention. From the 14 projects that change the number of suites (46,66% of the total RP), 64,88% increased the amount offered in OP.13

The balcony is suppressed only in the unit with the smaller living area – the Villa 01. The restroom is a programmatic element with variable occurrence. It appears in just one OP – the Villa 05. However, only one RP in this building (25%) keeps with this label, but 12 among the 26 other RP (41,15%) add the restroom in the architectural program.

In relation to changes in the dimensional variable, the most modified is the intimate (42,8%), followed by the social (37,50%) and the service (19,64%) (Figure 16). While most RP maintain the service sector unchanged (63,33%), the social increases in a proportion equivalent to intimate’s reduction (Figure 17), corroborating with the identified programmatic changes.

Figure 16. Area changes by sector

Figure 17. Kind of area changes by sector

Concerning the change in the rooms’ area, it is worth emphasizing two data: the increase of area in master suites (Figure 18) and copa/kitchens (Figure 19). The master suite is the bedroom with larger area in all OP, however it seems not to attend clients’ expectations. Comparing this fact with the area changes by sector, we realize that, despite intimate sector decreasing, the suite increases by incorporating area from other bedrooms. In turn, the copa/kitchen is expanded in 46,67% of cases, even without major changes in social sector’s areas.

Figure 18. Area changes in the suite master

Figure 19. Area changes in copa/kitchen.

Still regarding the dimensional variable, in some cases the order of decreasing area (found in all OP) has been changed from the pattern intimate>social>service. The Figure 20 presents the changes in some RP, as Villas 02 and 07, whose order of decreasing area is social>intimate> service. 

Figure 20. Average distribution of sectors area by group of RP.

The joint description of programmatic and dimensional changes (Tables 03 and 04) indicates that the most modified sector is the intimate, with 57,38% of the changes (Figure 21). Excepting Villas 03 and 04, the service sector is the least modified, especially Villa 07 with no changes in this sector. In the other, the change in the intimate sector relates more to the dimensional than programmatic changes.

Villa 01

Villa 02

Villa 03

Villa 04

Villa 05

Villa 06

Villa 07

Figure 21. Kind of change by sector, in each group of RP.

5. Yesterday, today and tomorrow: dwelling cultures in transition and innovation

The analysis results suggest that the changes promoted by the apartments’ owners, motivated by specific demands of different family groups, constitute a very diverse ensemble. However we can perceive, first, some permanences in the form of organizing domestic space, and secondly, important programmatic changes that reveal new ways (or just reinterpretations) of dwelling, observable in the relations among three pairs of spatial variables and developed activities: a. social sector | new labels; b. intimate sector | suite extension (dimension and program); and c. service sector| traditional labels.

The first pair deals with the companionship habits within family and with the guests’ reception. The second deals with the change in privacy and comfort demands of the family’s members, especially the couple or the head of family, according to the existing family arrangement – single parents, heterosexual or homosexual couples etc. The third pair observes the programmatic arrangement of the spaces mainly occupied by maids in the everyday maintenance of family life.

In social sector, what really draws attention is their valuation by the residents, who choose increasing the original area by 50% (Figure 22), as a direct consequence of the decrease in total area in intimate sector. This increase relates to both the expansion of existing spaces – dinning and living room – and to the inclusion of the restroom, home theater and/or home office. Two factors can justify this kind of change: a. the reduction of the family unit (Berquó, 1989, 2004; IBGE, 2009); b. the consolidation of the habit to receive guests and/or interact within the family.

If, on the one hand, the average number of family members decreased, and therefore fewer bedrooms are needed, in the other, in apartments with less than 03 bedrooms offered by the real estate market, the social area is significantly reduced, not compatible with consumer tastes of middle and upper classes. The desire to have a large social area, habit inherited from the past century14, promotes the buying and renovation of apartments designed for larger families, corroborating with Tramontano’s (2004, p. 47) suggestion that “the social sector does not appear to vary according to the number of users or members of the domestic group, but according to family income” and, in addition, according to its ‘extroverted standard of sociability’.

The inclusion of new labels in the social sector is the main indicator of behavior changes in the act of receiving guests and interacting within the family. Besides providing more comfort for guests (or distancing them from family’s private sphere) by including the restroom, for instance, the contemporary family seeks at offering exclusive spaces for social ‘trendy’ activities such as watching to digital TV and the blue-ray movies within a room equipped with high-end equipment – the home theater. This label inclusion, as indicated in studies of housing from the end of last century (Tramontano, 2004; França, 2008; Paula, 2007), is a reflection of cable TV spreading and of a variety of entertainment TV shows, but also a sign of the urban insecurity sense that drives the families to stay in private spaces – either the building or the apartment.

Another typical label in the contemporary apartment is the home office. Its location within the apartment varies: sometimes in social sector, sometimes in intimate sector, sometimes in a position that allows access through two sectors (Figure 23). The inclusion of this room exclusively for working/studying indicates the persistence of a habit emerged with the spread of personal computers and the advances in the field of Information Technology Communication (ITC) that made easier working at a distance.

11 Among the six storages counted, five present a bed in the layout.

12 The certificate to inhabit is a documente stating that the property was constructed by following the city’s requirements to projects approval.

13 The variable demand by number of rooms and suites has been partially attended by the supply of plants that allow the elimination of one or more rooms, or even offering their assemblage or offering one or more types of plans.

14 Tramontano (2004, p. 45) notes that, in Brazilian society, the rooms and convivial reception spaces present, throughout the twentieth century, the largest areas of all the rooms in the apartment.

The changes in in the intimate sector provide more comfortable rooms and increase the privacy for all residents, not only for the “head of house”, by including bathrooms and closets, suggesting that contemporary family is more democratic and less hierarchical (Garcia, 2003). As Prost suggests:

[…] the family deinstitutionalizes and becomes the set of private lives informally united by blood relations. The private area of dwellings is no longer necessarily public among inhabitants, seeking to enable the delimitation of individual spaces for each one of its members, in levels that vary with social classes (Prost, 1992, p. 61).

However, a certain hierarchy is still maintained. When it comes the 'head of house’s' suite, the privacy and the comfort can reach the maximum level, with spaces to a little living, TV, working, larger bathrooms and closets (Figure 24). The master suites, as commonly referred by publicity, are multifunctional spaces that become a symbol of sophistication of the couple’s life.

Regarding the service sector it is important highlighting a contradiction, as indicated by the reforms, compared to other regions of Brazil. Several authors (Brandão, 2002; Tramontano, 2004; Pinho, 2005: Paula, 2007: França, 2008) emphasize the maid’s disappearance as a permanent member of the family group and the decrease in the kitchen area due to the insertion of new technologies that facilitate cooking activities. To some extent, the OP studied reflects this trend expressed in a reduction of this sector. However, RP indicate that other habits are still present in contemporary Recife’s families, where the maid still lives in the apartment in most cases – 53%, taking into account only those spaces with the label 'maid room' (Figure 23) and 66,66% when the label 'deposit' presents a bed within the layout (Figure 24). In such cases, the area reserved for the maid is even smaller15, reflecting their segregation and hierarchy of domestic dwelling users.

In synthesis, the relations among the three selected pairs and programmatic and dimensional changes computed for each RP (Table 04) reveals two ways of structuring the contemporary domestic space, according to professional and secular knowledge: 1. the transition project, and 2. the innovation project.

The first one is characterized by the partial maintenance of the OP, with alterations or additions of new labels (Figure 25). In the transition project, the interventions indicate a certain distance from the traditional way of living, with the incorporation of technological devices that provide working and leisure places for the family, and the promotion of more privacy in intimate sphere (Figure 02). These cases may have been motivated by the adequacy of the original architectural to the demands of family, or due to family budget constraints, probably compromised with the expenses of acquiring the property. Future research may enlighten the issue.

The innovation project, in turn, presents major changes, mainly in the architectural program of social and intimate sectors. It is characterized by a significant reduction in the number of rooms to a expansion of area and labels of the social sector, mainly to the inclusion of new programmatic items, particularly for devices of digital technology for communication, for fun and for working, and the master suite (Figures 22 and 24). This type of project seems to be related to non-nuclear families – single parent, couples without children, divorced and single people (Bucher, 1999), all of them with a high purchasing power and desire to invest in social and intimate comfort.

Whatever the type of domestic group, the innovative projects show a significant change in the social and privative life, particularly of the master suite’s occupant(s). Contrary to the expected behavior from classical modern nuclear family, whose demonstration of parental sexuality was repressed and silenced adequately at home space, the contemporary post-sexual revolution family home is more liberalizing, regarding both the dealing with issues on sexuality within the family, and the recognition of bedroom as place for sexuality expression. The suite is the obvious locus of parental sexuality, where the comfort, the privacy and pleasure are performed, despite the separation of bodies, at least in some circumstances, with the adoption of two different privative bathrooms (Figure 24).

In common to both identified types, the peculiarities of the service sector related to its design and programmatic permanence, appear as an indelible cultural features of local society.



6. Conclusions

The study of the phenomenon of change in the real estate product in Recife, from the perspective of its relations with contemporary ways of living, was observed from the existence of two sets of apartments: those designed and offered by entrepreneurs to its potential clients – the original project; and those who have suffered interventions of residents – the reformed project. Both projects were analyzed in the programmatic and dimensional variables and, particularly, through the relationship between three relational pairs observing the spatial and occupational, specifically: a. social sector | new labels; b. intimate sector | suite extension (dimension and program); and c. service sector| traditional labels.

The relations among the three pairs selected and the programmatic and dimensional aspects show two ways to structure the contemporary domestic space, the transition project and the innovated project, but also reveal an indelible cultural feature. The first one shows a certain detachment of traditional way of living, made possible mainly by the introduction of technological devices that modify the ways of interpersonal relations within the the family and promote greater spatial isolation among the components of family. The privative rooms approach the idea of autonomous housing units.

The second one reveals more fundamental changes in the architectural program and ways of living. They are units that show a significant reduction in the number of bedrooms, an expansion of the area and a diversity of room’s labels in social sector. Just as the first type, such as expected, the apparatus of digital technology for communication, for fun and for working promote the moments of higher sociability – when receiving guests, or of higher privacy – promoting the spatial isolation, but the, so to say, transpatial interactivity.

The partial results are not yet comprehensive enough to be generalized in the context of Recife, even less in the national context. Properties for A1 and A2 classes’ exclusive housing market, as well such as other projects aimed at C1 and C2 income levels are being examined. The results may contribute to a more general understanding of the phenomenon in question.

Other aspects and variables that characterize the production and customization process of the real estate product, as well as its effects in the spatial structure’s configuration (Amorim; Loureiro; Griz, 2009; Griz; Amorim; Loureiro, 2009; Griz, 2010; Griz; Amorim; Loureiro, 2010), marketing strategies in the construction of the living demands (Loureiro; Amorim, 2002; Amorim; Loureiro, 2003, 20103) and the new demands arising from population aging process (Griz; Amorim; Loureiro, 2009) has been extensively analyzed in several papers. The reading of these documents contributes to an understanding of other facets of the problem and how is the interaction between them.



Acknowledgments

The authors would like to thank the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and the Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) for their financial support to research.



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15 The copa/kitchen, for instance, is often expanded at the expense of the maid’s room area.

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